Droga pode aliviar sonolência diurna em quem tem apneia do sono, diz estudo - Foto: Pexels/Marcus Aurelius
Revisão de 14 estudos envolvendo o fármaco solriamfetol e outras duas drogas mostra que o medicamento pode ser uma saída para evitar cansaço durante o dia em pacientes
Por Redação Galileu
Quem sofre de apneia obstrutiva do sono tem obstruções repetitivas da garganta enquanto dorme, gerando pausas respiratórias que causam noites maldormidas. Uma consequência disso é a sonolência diurna, mas pesquisadores finalmente descobriram uma droga que pode evitar esse efeito.
Embora muita gente tome café para não dormir, no caso de quem tem apneia o solriamfetol, um fármaco antifadiga, pode ser um aliado. A pesquisa foi publicada em 9 de maio no periódico Annals of Internal Medicine.
O solriamfetol, segundo o estudo, pode ajudar essas pessoas a se sentirem menos cansadas de dia, considerando que o tratamento padrão dessa condição é o uso noturno de uma máscara de pressão positiva contínua nas vias aéreas (CPAP).
Alguns dos pacientes, mesmo usando o equipamento para dormir, ainda apresentam cansaço durante o dia. Em busca de uma saída, os pesquisadores revisaram 14 ensaios clínicos anteriores envolvendo 3.085 pessoas com apneia e sonolência diurna.
Nos estudos, a equipe observou a eficácia comparativa de três medicamentos contra fadiga: solriamfetol , armodafinil-modafinil e pitolisant. O trio foi mais eficaz do que placebos no combate ao sono em momentos diurnos.
O solriamfetol oferecia a maior diferença estatística em relação ao placebo em termos de ficar acordado, enquanto a evidência não era tão concreta para armodafinil-modafinil e pitolisant, que "provavelmente melhoram" algumas, mas não todas, as medidas de vigília após um mês de uso.
As estatísticas também mostraram que os efeitos colaterais podem ser um problema com o armodafinil-modafinil e solriamfetol, embora os pacientes tenham maior probabilidade de parar de usar primeiro os medicamentos. O solriamfetol, inclusive, pode aumentar a pressão arterial, o que é especialmente arriscado para pessoas com apneia, pois muitas delas também têm problemas cardiovasculares.
Apesar disso, o primeiro autor do estudo, Tyler Pitre, médico residente em medicina interna na Universidade McMaster, no Canadá, afirma que se os pacientes que usam máscara para tratar a apneia ainda estiverem sonolentos de dia, eles podem ter os medicamentos como opções.
Pitre destaca que a apneia do sono afeta quase 1 bilhão de pessoas em todo o mundo, deixando muitas delas em risco de se sentirem cansadas. Segundo ele, a condição está “altamente associada à obesidade, que afeta um grande e crescente número de pessoas no Canadá, Estados Unidos e outros países de alta renda”.
“Entre esses pacientes, muitos terão sonolência diurna, o que afeta sua qualidade de vida, tornando-os menos produtivos e também os colocando em risco de outros problemas psicológicos. Melhorar essa situação é de suma importância para os médicos”, acrescenta o especialista.
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