Comprada há cinco anos pelo maior grupo de varejo farmacêutico do mundo, brasileira passará a ter a assinatura Onofre CVS Pharmacy no País, apesar de preço da aquisição ser alvo de processo de arbitragem; web já responde por 48% das vendas da rede
Por Estadão
Cinco anos e meio depois de ter sido comprada pelo maior grupo de saúde do mundo, o CVS Health, a Drogaria Onofre vai começar a carregar na marca o nome do controlador. Nas próximas semanas, a empresa abre as portas de uma loja modelo, localizada na Avenida Paulista com a Rua Pamplona, com a nova assinatura da rede no País: Onofre CVS Pharmacy. A unidade será a mais automatizada da rede, com robôs, self check-out e farmacêuticos voltados para a prestação de serviços.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Com a abertura da loja modelo, o grupo americano quer finalmente marcar sua estreia no País, depois de um longo processo de reestruturação da Drogaria Onofre desde a sua compra. Entre 2014 e 2016, foram fechadas 12 lojas deficitárias; a gestão foi profissionalizada; os processos foram padronizados; e houve grandes investimentos em tecnologia. Hoje, são 49 unidades no País.
A compra da rede brasileira, que pertencia à família Arede, passou por altos e baixos. Na época da aquisição, os R$ 600 milhões desembolsados pela CVS foram considerados um valor alto por analistas. Por conta de problemas revelados depois do fechamento do negócio, a CVS tentou reaver R$ 100 milhões pagos pela empresa. O processo foi parar na câmara de arbitragem e ainda corre em segredo de Justiça.
Vendas online já representam 48% do faturamento da companhia
Além de fixar a nova marca da rede com a loja modelo, a estratégia da companhia é apostar pesado no comércio online, diz Elizangela Kioko, presidente da empresa no Brasil. Esse plano vai na contramão dos concorrentes, que têm um ritmo intenso de abertura de lojas, e até da própria matriz. Nos EUA, a empresa tem 9,5 mil lojas e faturou no ano passado US$ 184,8 bilhões.
“Poderíamos abrir 50 lojas físicas aqui só com o investimento que fizemos no canal online”, compara a executiva, sem revelar os valores investidos.
Segundo Elizangela, a decisão de dar prioridade ao varejo eletrônico foi tomada após avaliações de que com abertura de lojas em ritmo muito acelerado, cresce o risco de perdas por encalhe ou falta de produto. Isso porque o giro dos produtos é diferente. Dos cerca de 7 mil medicamentos vendidos na rede, cerca de 2 mil, por exemplo, têm uma saída muito mais rápida.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">A empresa trocou então a plataforma de comércio eletrônico, investiu em logística e em novos centros de distribuição (CDs). Em novembro, inaugura dois novos CDs, localizados em regiões centrais para atender mais rápido aos consumidores que comprarem pela internet. Em São Paulo, o novo CD será no bairro da Mooca. No Rio, no bairro de São Cristóvão.
A rede, no entanto, não abandonou a expansão de lojas físicas. Para este ano, está programada a abertura 15 pontos de venda em São Paulo, Rio e Minas Gerais. Hoje as vendas online representam 48% do faturamento da companhia no Brasil.
Vendas somam cerca de R$ 700 milhões
A empresa não revela a sua receita no País. Mas, segundo o ranking da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), que leva em conta dados de mercado, as vendas da varejista no Brasil devem ter somado R$ 700 milhões no ano passado. Elizangela diz que a perspectiva para este ano é ampliar em 20% o faturamento. E o varejo online é a peça-chave.
Eduardo Terra, presidente da SBVC, diz que, apesar de a Drogaria Onofre ocupar a 12ª posição no ranking das farmácias e perfumarias por vendas totais, a empresa lidera a lista das redes do setor com maior faturamento por loja. No ano passado, por essa métrica, a empresa vendeu R$ 15,9 milhões, enquanto a gigante Raia Drogasil, líder em vendas totais, faturou R$ 8,6 milhões por loja.
Para Terra, a estratégia de dar mais peso às vendas online faz sentido. Na sua avaliação, em cidades como São Paulo existe um número muito grande drogarias e a saturação do mercado é elevada.
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