Segundo aporte do Pátria na companhia neste ano
O Pátria Investimentos, um dos maiores fundos de private equity do Brasil, anunciou que vai investir mais R$ 620 milhões na Elfa Medicamentos, empresa líder no segmento de distribuição de medicamentos e materiais hospitalares no país. Esse é o segundo aporte que o Pátria faz na Elfa neste ano, depois de injetar R$ 253,63 milhões em janeiro. Informou o Pipeline Valor.
Com os novos recursos, o Pátria pretende acelerar o crescimento da Elfa, que vem expandindo sua atuação por meio de aquisições e parcerias estratégicas. A empresa, fundada em 1989 na Paraíba, tem atuado de forma mais relevante com o segmento farmacêutico, na distribuição nacional de genéricos e biossimilares. A companhia atende a sete mil hospitais, 250 mil clínicas e 700 planos de saúde em todo o país.
A companhia cresce, mas a rentabilidade ainda é um desafio. No primeiro trimestre, teve receita operacional líquida de R$ 1,53 bilhão, alta de 16,3% na comparação anual. O Ebitda ajustado foi de R$ 58,6 milhões, em linha em relação ao mesmo período de 2022, e margem de 3,8%, queda de 0,6 ponto percentual. O prejuízo líquido foi de R$ 74,2 milhões, o que representa uma diminuição de 353,5% em relação às perdas do mesmo período do ano anterior.
A Elfa Medicamentos deve buscar abrir seu capital na Bolsa de Valores, isso já foi avaliado, no entanto, os planos ficaram para o futuro e a empresa já tem toda a estrutura para dar esse passo.
O Pátria está aumentando a aposta na Elfa Medicamentos, com um aporte de capital de R$ 620 milhões. Esse é o segundo aporte que o private equity faz em sua controlada de distribuição de medicamentos e materiais hospitalares neste ano – em janeiro, anunciou R$ 253,63 milhões.
"É uma sinalização da confiança do acionista no negócio", diz Andrés Cima, CEO da Elfa, ao Pipeline. “A companhia vem de um período muito forte de investimentos nos últimos anos. Fizemos 20 aquisições, muitas delas nos três últimos anos, e esse aporte reforça nossa estrutura de capital, reduzindo alavancagem e nos permitindo continuar crescendo duplo dígito.”
A Elfa foi fundada em João Pessoa em 1989 e foi só em 2014 que o Pátria entrou no capital da empresa, colocando a estratégia de aquisições como uma das prioridades. Dos 20 M&As, 13 foram nos últimos três anos.
“Essa agenda continua. Fizemos uma pausa, para dar prioridade no crescimento orgânico e buscamos extrair as sinergias das aquisições que já fizemos, mas temos um pipeline robusto para continuar os M&As em 2024”, diz Cima. A última aquisição foi feita em junho passado e foi a maior delas, com a compra da Descarpack por R$ 1 bilhão.
A companhia cresce, mas a rentabilidade ainda é um desafio. No primeiro trimestre, teve receita operacional líquida de R$ 1,53 bilhão, alta de 16,3% na comparação anual. O Ebitda ajustado foi de R$ 58,6 milhões, em linha em relação ao mesmo período de 2022, e margem de 3,8%, queda de 0,6 ponto percentual. O prejuízo líquido foi de R$ 74,2 milhões, o que representa uma diminuição de 353,5% em relação às perdas do mesmo período do ano anterior.
“A companhia vem ganhando rentabilidade com as sinergias, redução de despesas vendas e administrativas que vem da agenda de integração e otimização de sistemas. É um trabalho interno para ganhos de margem, mas também houve uma pressão de rentabilidade no sistema de saúde de forma geral no último ano”, diz o CEO.
A Elfa tem atuado de forma mais relevante com o segmento farmacêutico, na distribuição nacional de genéricos e biossimilares. A companhia atende a sete mil hospitais, 250 mil clínicas e 700 planos de saúde em todo o país.
O Pipeline apurou que o Pátria cogitou trazer um novo investidor para a companhia, sondando o mercado nos últimos meses. Mas num período em que consenso de valuation tem sido difícil, decidiu dobrar a aposta. "É uma companhia que o fundo quer levar para IPO e que, pelo ciclo de um private equity, faz sentido pensar em desinvestir em algum momento próximo", diz uma fonte.
O ciclo de private equity dura, em média 10 anos, mas os fundos podem alongar esse período para buscar a saída adequada. O Pátria, por exemplo, alongou o prazo de vencimento do fundo II, de 2022 para 2025, com a aprovação dos cotistas. Outra estratégia que a gestora já utilizou, no passado com SmartFit e recentemente com Delly's, é vender ações de um veículo antigo para um veículo novo da casa, ganhando mais tempo no ativo em uma outra fase de maturação.
A Elfa já se preparou para isso e é hoje companhia aberta, com conselho e comitês, departamento de relações com investidores. A empresa chegou a fazer um registro de IPO, mas cancelou o pedido diante da virada do mercado. O acesso, por enquanto, foi em dívida, com emissão de debêntures no ano passado.
Uma melhora recente de humor do mercado tem feito as empresas retomarem os planos de emissão, seja primária ou secundária. O Pátria mesmo aproveitou para vender ações da SmartFit e lançou uma oferta parcial de saída em Hidrovias do Brasil.
"O IPO da Elfa é uma decisão que cabe ao acionista. A companhia já é aberta e está pronta, parece que o mercado está de bom humor, mas janelas abrem e fecham", diz Cima.
Entre seus pares, a Viveo é avaliada em R$ 5,7 bilhões na B3 e viu suas ações subirem quase 30% nos últimos seis meses, agora voltando ao patamar que eram negociadas ao final de 2021. A Viveo também tem forte atuação com hospitais e uma estratégia de consolidação via M&A. De menor porte, a Profarma, que vale R$ 480 milhões, também subiu 15% no período.
Em janeiro, o aumento de capital saiu a R$ 9,98 por ação. O fato relevante de hoje não informa o preço por ação da nova capitalização.
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