12374683287?profile=RESIZE_710x

 

A bronca da AGU na farmacêutica EMS

 

A farmacêutica EMS Sigma Pharma está no centro de uma polêmica judicial que envolve o preço do Tropinal, um medicamento amplamente utilizado para o tratamento de cólicas. A Advocacia-Geral da União (AGU) acusou a empresa de agir com o objetivo de “elevar seus lucros”, após a tentativa de reajuste de mais de 200% no valor do produto.

O caso, que tramita na Justiça Federal de Brasília, será julgado nesta terça-feira pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1), após recurso da EMS contra decisão da 8ª Vara Federal Cível do Distrito Federal, que barrou o aumento solicitado.

 

Reajuste contestado

A EMS alegou que os preços atuais — R$ 16,76 para a versão em comprimido e R$ 15,55 para a solução oral — não cobrem os custos de produção. Por isso, solicitou à Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) a autorização para elevar os valores para R$ 52,52 e R$ 39,39, respectivamente.

Como a CMED negou o pedido, a farmacêutica levou a questão à Justiça, provocando uma reação contundente da AGU.

 

Posição da AGU

Na ação, a AGU afirmou que “causa estranheza” o fato de a EMS ter praticado os preços regulados por mais de uma década e só agora questionar a validade das normas. Segundo o órgão, a empresa estaria agindo “por pura conveniência, na mera tentativa de elevar seus lucros”.

A AGU também destacou que a farmacêutica não apresentou “argumentos sólidos e técnicos” que justificassem o aumento judicial e alertou para o “impacto negativo imediato na saúde da população” caso o reajuste fosse autorizado.

 

EMS se defende

Em nota oficial, a EMS esclareceu que a ação judicial não busca um aumento automático do preço do Tropinal. O objetivo, segundo a empresa, é que a CMED realize uma nova análise do valor do medicamento com base na Resolução CMED nº 02/2004.

A farmacêutica argumenta que o Tropinal foi registrado antes da criação da CMED e, por isso, nunca passou pelos critérios técnicos de precificação definidos pela resolução vigente. A EMS afirma que busca um tratamento isonômico e transparente, garantindo a continuidade da produção do medicamento, considerado essencial para pacientes em todo o país.

 

Regulação e acesso à saúde

O caso levanta discussões importantes sobre a regulação de preços de medicamentos no Brasil, o papel da CMED e os limites entre sustentabilidade financeira das empresas e o acesso da população a tratamentos acessíveis.

A decisão do TRF-1 poderá estabelecer um precedente relevante para futuras disputas entre o setor farmacêutico e os órgãos reguladores.

 

Fonte: Estado de Minas

 
Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob