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Imagem: EMS

 

A farmacêutica brasileira EMS está prestes a dar um passo ousado no mercado de medicamentos genéricos: adquirir a Medley, uma das principais concorrentes do setor. Segundo informações reveladas pelo portal NeoFeed na última sexta-feira (8), a EMS já contratou uma consultoria financeira para avaliar a compra da empresa, que recentemente foi desmembrada da gigante francesa Sanofi.

A decisão da Sanofi de separar a Medley de suas demais operações no Brasil acendeu o sinal de alerta no mercado. A medida foi interpretada como um movimento preparatório para a venda da divisão de genéricos, que tem forte presença no país.

De acordo com fontes próximas ao processo, a expectativa é que o processo de venda seja oficialmente iniciado em janeiro do próximo ano, com conclusão prevista para o primeiro semestre.

Embora outros players do setor possam entrar na disputa, a EMS aparece como favorita. O baixo nível de endividamento da companhia brasileira é um diferencial competitivo importante, especialmente em um cenário de juros elevados e margens apertadas.

 

Valuation em debate

A Sanofi teria inicialmente sugerido um valor de US$ 1 bilhão pela Medley, o que equivale a cerca de R$ 6 bilhões. No entanto, especialistas do setor consideram esse valor fora da realidade atual. “A Medley hoje vale metade disso, ou algo em torno de R$ 3 bilhões”, afirmou uma fonte. Outro executivo acrescentou que os controladores da Sanofi na França já estão dispostos a rever o valuation para viabilizar a negociação.

 

Sinergias que impulsionam a compra

A EMS enxerga na Medley uma oportunidade de ampliar ainda mais sua presença no mercado de genéricos. Ambas as empresas compartilham o mesmo público-alvo: consumidores que buscam medicamentos acessíveis e confiáveis. Essa sinergia pode acelerar a integração operacional e gerar ganhos significativos de escala.

Em termos de desempenho, a Medley registrou um lucro líquido de R$ 1,5 bilhão no Brasil em 2024, com expectativa de crescimento de 10% em 2025. A empresa também projeta aumento no volume de vendas, superando os 220 milhões de caixas comercializadas no último ano.

Por sua vez, a EMS já detém uma fatia robusta do mercado. Sua controladora encerrou o último período com receita de R$ 10 bilhões e produção superior a um bilhão de caixas de medicamentos. A aquisição da Medley pode consolidar ainda mais essa liderança e abrir espaço para novas frentes de inovação e distribuição.

 

O que esperar do mercado?

A possível compra da Medley pela EMS sinaliza uma nova fase de consolidação no setor farmacêutico brasileiro. Em um ambiente competitivo e regulado, movimentos como esse podem redefinir o equilíbrio de forças entre os principais fabricantes de genéricos. Além disso, a operação pode servir de termômetro para futuras fusões e aquisições no segmento, especialmente em tempos de reestruturação global das grandes farmacêuticas.

Se confirmada, a transação será uma das maiores do setor nos últimos anos e poderá impactar diretamente consumidores, distribuidores e profissionais da saúde.

 

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