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Você chega na loja e é atendido por um profissional que até veste jaleco. Ele testa várias lentes e, sem precisar ir ao médico, você consegue comprar seus óculos por um preço bem em conta.

Parece bom, mas os riscos são grandes. Sem a atenção devida, comprar óculos de grau sem receita, seja em óticas, farmácias ou camelôs, pode ser uma cilada. “O olho precisa do grau certo para ele, não um grau mais forte ou mais fraco. Usar o grau errado leva a um esforço ocular, o olho fica sempre tenso. Isso prejudica a visão”, afirma a oftalmologista Lizabel Gemperli, diretora regional da seção Centro Oeste da Sociedade Brasileira de Oftalmologia.

Além de não proporcionar qualidade plena na visão, o uso de óculos sem o grau adequado pode causar problemas como dor de cabeça, sonolência e dificuldade de concentração na leitura.

Com o tempo, o incômodo é tanto que a pessoa acaba comprando outros óculos, investindo dinheiro novamente. “Também há o problema de que muitos desses materiais não são de qualidade. A lente não é boa, deixa a imagem deformada e embaçada, além de ter durabilidade bem menor. Além disso, muitos desses óculos têm o mesmo grau para dois olhos e, frequentemente, cada olho tem uma necessidade diferente”, completa Lizabel.

A importância do exame


Talvez o principal problema de economizar ao buscar óculos sem receita seja a ausência da avaliação completa que somente o médico oftalmologista é capaz de fazer em seu consultório. “O exame dos olhos é muito mais do que um teste de visão. Costumamos dizer que o olho é uma janela para o corpo. Por meio dele podemos avaliar o risco de doenças que não se manifestam necessariamente pela visão, como diabetes descontrolada, problemas de pressão arterial e, em casos mais raros, até tumores cerebrais”, explica o oftalmologista Fausto Stangler, do Hospital Banco de Olhos de Porto Alegre.

A consulta regular ao oftalmologista também é uma importante forma de prevenir males como o glaucoma, doença silenciosa e que pode levar à cegueira. “Em seu início, o glaucoma não apresenta qualquer sintoma ou provoca qualquer incômodo. Seu diagnóstico só pode ser feito numa consulta oftalmológica, é incurável e seu controle para evitar a cegueira requer muita força de vontade do paciente”, alerta José Ottaiano, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia.

A recomendação dos especialistas é consultar um médico oftalmologista uma vez ao ano, principalmente depois dos 40 anos.

As crianças também precisam de acompanhamento anual pelo menos até os sete anos. Quem usa óculos, não importa o motivo, precisa revisar as lentes todos os anos, pois os graus nunca se estabilizam totalmente.

Fonte: Jornal da Franca

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