Em 1998, o Brasil foi palco de um dos maiores escândalos da indústria farmacêutica: a comercialização de pílulas anticoncepcionais sem princípio ativo

 

O caso, que abalou a confiança de milhares de mulheres no sistema de saúde e justiça, agora ganha destaque na série documental “Pílula de farinha: O escândalo que gerou vidas”, com estreia marcada para quarta-feira, 1º de outubro, na HBO Max.

A produção, dividida em três episódios, mergulha fundo na história das cartelas de Microvlar que, em vez de conter o medicamento, estavam recheadas com farinha. Fabricadas pela farmacêutica Schering do Brasil — adquirida pela União Química em 2022 — essas pílulas foram originalmente produzidas para testes de máquinas de embalagem. No entanto, parte das 600 mil cartelas teria sido extraviada e acabou chegando às mãos de consumidoras reais.

O impacto foi devastador. Mais de 250 mulheres moveram ações judiciais contra o laboratório após engravidarem, acreditando estar protegidas pelo anticoncepcional. A série traz entrevistas com algumas dessas mulheres, revelando não apenas os traumas pessoais, mas também a luta por justiça em um sistema que demorou a reconhecer a gravidade do ocorrido.

O caso levantou questões profundas sobre responsabilidade corporativa, fiscalização sanitária e os direitos das mulheres. Como essas cartelas chegaram ao mercado? Quem foi responsabilizado? E como o episódio influenciou a regulamentação de medicamentos no Brasil?

O documentário promete não apenas recontar os fatos, mas também provocar reflexões sobre os limites da negligência e o poder da denúncia coletiva. É uma oportunidade de revisitar um capítulo doloroso da história brasileira, que ainda ecoa nas discussões sobre saúde reprodutiva e segurança farmacêutica.

Para quem busca entender os bastidores de um erro que gerou vidas e transformou destinos, “Pílula de farinha” é mais do que uma série — é um alerta.

 
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