Estudo indica que, ao parar de tomar Ozempic, os quilos perdidos retornam de forma acelerada
A busca por soluções eficazes para o tratamento da obesidade e do diabetes tem sido uma jornada constante na medicina moderna. Nos últimos anos, uma nova classe de medicamentos, conhecida como agonistas de GLP-1, tem se destacado como uma promessa revolucionária para aqueles que lutam contra essas condições crônicas.
Os agonistas de GLP-1, que incluem medicamentos como Ozempic, Wegovy e Mounjaro, funcionam imitando a ação do hormônio intestinal GLP-1, que é naturalmente responsável por promover a sensação de saciedade após as refeições. Essa ação ajuda a reduzir a ingestão calórica e, consequentemente, auxilia na perda de peso.
A eficácia desses medicamentos foi comprovada em diversos estudos clínicos. Por exemplo, um estudo realizado em 2021 revelou que participantes que utilizaram semaglutida, o princípio ativo de Wegovy, perderam em média 15% do seu peso corporal ao longo de 68 semanas. Isso é uma redução significativa em comparação com o grupo que recebeu placebo, que perdeu apenas 2% do peso. Além disso, um estudo mais recente, conhecido como Select, sugeriu que a semaglutida pode diminuir em até 20% o risco de eventos cardiovasculares adversos, como ataques cardíacos e AVCs, em pacientes com histórico dessas doenças.
No entanto, a diretora do Centro Washington de Pesquisa e Controle do Peso, Domenica Rubino, ressalta um ponto crucial: a obesidade é uma condição crônica que requer um tratamento contínuo e não uma solução temporária. A interrupção do uso desses medicamentos pode levar ao rápido retorno do peso perdido, o que destaca a importância de uma abordagem de longo prazo para o manejo da obesidade. Informou a BBC.
Os desafios associados a esses medicamentos não são apenas clínicos, mas também econômicos. O alto custo dos tratamentos, que pode chegar a US$ 1.350 por mês para Wegovy, torna-se uma barreira para muitos pacientes, apesar dos benefícios potenciais. Além disso, os efeitos colaterais, como náuseas e dores de estômago, são fatores que devem ser considerados pelos pacientes e profissionais de saúde.
A evolução contínua dessa classe de medicamentos, com o desenvolvimento de novas substâncias como a retatrutida, promete avanços ainda maiores na eficácia do tratamento. No entanto, é fundamental que os pacientes e profissionais de saúde mantenham uma perspectiva realista e compreendam que a gestão da obesidade e do diabetes é um compromisso de longo prazo, que envolve não apenas medicamentos, mas também mudanças no estilo de vida e acompanhamento médico regular.
A jornada para uma vida mais saudável e equilibrada é complexa e multifacetada, e os agonistas de GLP-1 são apenas uma das ferramentas disponíveis nesse caminho. É essencial que continuemos a educar, apoiar e empoderar aqueles que enfrentam esses desafios diários, oferecendo-lhes não apenas soluções médicas, mas também o suporte necessário para fazer escolhas saudáveis e sustentáveis a longo prazo.
Em um estudo, participantes que usaram semaglutida perderam 11% do peso inicial em quatro meses, mas um terço dos participantes que passaram a receber placebo recuperou 7% do peso perdido em um ano. Estudos como o Etapa 1 mostraram que, após 68 semanas de tratamento, os pacientes recuperaram dois terços do peso perdido em apenas 12 meses após a interrupção.
A reversão rápida do peso também está associada a uma regressão nos indicadores de saúde cardiometabólica. Especialistas como o professor Alex Miras, da Universidade de Ulster, destacam que esse padrão era esperado, dado que a obesidade, assim como outras doenças crônicas, requer tratamento contínuo para a manutenção dos resultados.
Domenica e seus colegas observam que apenas uma pequena parcela dos pacientes consegue manter a perda de peso após parar o medicamento. “Cerca de 10% no máximo,” afirma Miras. Ele explica que a recuperação de peso é geralmente mais rápida que a perda inicial, ocorrendo em grande parte nos primeiros três a seis meses após a interrupção.
Compreender melhor o motivo da recuperação rápida de peso após a suspensão de medicamentos como semaglutida e tirzepatida é essencial para otimizar o uso desses tratamentos no futuro.
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