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A infecção por Clostridioides difficile (C. diff) é uma doença grave que afeta o intestino grosso e pode causar diarreia, febre, náuseas e dor abdominal. A infecção ocorre principalmente em pessoas que usam antibióticos por muito tempo, pois esses medicamentos podem eliminar as bactérias benéficas que protegem o organismo.

Para tratar essa infecção, muitas vezes é necessário fazer um transplante fecal, que consiste em transferir as fezes de um doador saudável para o paciente infectado, a fim de restaurar o equilíbrio da flora intestinal. No entanto, esse procedimento é invasivo, arriscado e depende da disponibilidade de doadores.

Por isso, a agência reguladora de saúde dos Estados Unidos, a Food and Drug Administration (FDA), aprovou o primeiro medicamento feito a partir de bactérias encontradas em fezes humanas, nessa quarta-feira (26). A pílula tem como objetivo combater infecções intestinais graves e serve como uma opção aos pacientes que muitas vezes dependem de doadores para realizar transplantes fecais.

A droga, que recebeu o nome de Vowst, foi aprovada pela FDA para o tratamento de pessoas com 18 anos ou mais para infecções recorrentes por C. diff. O medicamento contém uma mistura de 11 tipos de bactérias que foram isoladas e cultivadas em laboratório a partir de amostras fecais de voluntários saudáveis. Essas bactérias são capazes de colonizar o intestino e competir com as bactérias causadoras da infecção.

Segundo os estudos clínicos realizados pela empresa responsável pelo medicamento, a Vowst mostrou-se eficaz e segura para reduzir as chances de recorrência da infecção por C. diff em até 70%, comparado ao placebo. Além disso, os efeitos colaterais foram mínimos e incluíram dor abdominal, náusea e vômito.

A Vowst representa um avanço na medicina e na ciência, pois é o primeiro produto farmacêutico baseado em microbiota fecal a ser aprovado pela FDA. A droga pode oferecer uma alternativa mais simples e acessível para os pacientes que sofrem com infecções intestinais graves e recorrentes. No entanto, ainda são necessários mais estudos para avaliar a eficácia e a segurança da Vowst em longo prazo e em diferentes populações.