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Secretário da Justiça de Ohio, Mike DeWine, examina caixa de versão comercial do naxolone, antídoto para overdose com opioides - John Minchillo - 7.set.2017/Associated Press

Naloxone é aplicado por injeção ou spray no nariz; autoridades divergem sobre recomendação

Estelita Hass Carazzai
WASHINGTON
Folha de São Paulo

O governo dos EUA recomendou nesta quinta (5) que mais americanos carreguem consigo uma dose de naloxone, um antídoto para a overdose de medicamentos opioides, que vêm matando milhares de americanos por ano e viraram uma emergência nacionalde saúde pública.

A sugestão vale não apenas para pessoas que tomem esse tipo de medicamento ou que estejam viciadas, mas também para amigos, colegas e familiares.

“Esteja preparado. Tenha naloxone. Salve uma vida”, diz o alerta do governo.

Em 2016, cerca de 53 mil pessoas morreram de overdose de opioides nos EUA.

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Um número crescente dessas mortes é provocado por analgésicos que combatem a dor extrema. Outras são causadas por heroína e drogas sintéticas, que também são um tipo de opioides.

Esses analgésicos são vendidos com prescrição médica no país, normalmente para combater a dor pós-cirúrgica ou no tratamento de dor crônica ou um câncer avançado –mas são até cem vezes mais potentes que a morfina, e extremamente viciantes. 

Durante uma overdose, o opioide dificulta a respiração e seda a vítima, o que leva à morte. 

O naloxone é aplicado por injeção ou spray no nariz, e restaura a respiração. 

“Não é preciso ser um bombeiro ou um paramédico para salvar uma vida”, afirmou o cirurgião-geral dos EUA, Jerome Adams. 

Foi Adams que emitiu a recomendação desta quinta. Ele é uma espécie de conselheiro médico da nação e promotor da saúde no país. É a primeira vez em 13 anos que o órgão faz esse tipo de alerta.

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ANTÍDOTO


A maioria dos estados americanos liberou a venda do naloxone sem prescrição, direto nas farmácias.

O medicamento custa cerca de US$ 80 por dose (pouco menos de R$ 270). O Departamento de Saúde americano, porém, argumenta que a maioria dos planos de saúde do país cobre os custos do medicamento e diz que está trabalhando para oferecer a droga gratuitamente.

Mas há críticos ao naloxone: o governador de Maine, Paul LePage, foi um dos que não liberou a venda sem prescrição da droga. Ele afirma que o medicamento não trata a dependência química, mas serve apenas como um paliativo, e desencoraja a busca dos usuários por tratamento.

“Isso é como dizer que não vamos mais socorrer pacientes com ataque cardíaco porque eles irão voltar e comer fast food novamente”, afirmou Adams, nesta quinta.

Segundo ele, a cada 12 minutos, uma pessoa morre por overdose de opioides nos EUA. É a principal causa de morte acidental no país. 

No fim do ano passado, o presidente Donald Trump declarou situação de emergência em saúde pública, e prometeu medidas para combater o mau uso desses medicamentos.

Os Estados Unidos são o país que mais consome medicamentos opioides no mundo: em 2016, quase 11 milhões de americanos abusaram de opioides vendidos com prescrição médica, segundo uma pesquisa do serviço nacional de saúde mental. 

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