Método RT-PCR é considerado o mais confiável para identificar arboviroses, como a dengue, zika e chikungunya
O exame de RT-PCR, também conhecido como teste molecular, é capaz de descobrir, ainda em estágio precoce, o vírus da febre amarela, além de outras arboviroses, como dengue, zika e chikungunya. Seu alto grau de confiabilidade e acurácia vem da forma como é realizado: ao analisar a amostra coletada, o método busca pela presença de DNA do vírus, que já está presente na corrente sanguínea do paciente pouco depois da infecção.
Para ser efetivo e garantir a identificação viral com precisão, o exame deve ser feito até o quinto dia após o início dos sintomas. Considerado um avanço laboratorial no diagnóstico da febre amarela, o método fornece respostas rápidas e é mais confiável que o exame de sorologia, considerado o mais comum para a detecção da doença.
“O teste molecular é indicado quando o paciente começa a sentir alguns dos sintomas relacionados com esse tipo de doença, como fortes dores de cabeça, febre alta, náuseas, dores no corpo e nas articulações, vômitos, cansaço e tontura”, explica o infectologista Alberto Chebabo, integrante do corpo clínico do Sérgio Franco. Pessoas que visitaram ou moram em áreas consideradas endêmicas ─ que apresentam grande número de casos das doenças ─, tanto no Brasil quanto no exterior, e que apresentam esses sintomas podem fazer o exame para tirar dúvidas em relação ao contágio.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">Realizado de forma bem simples, o RT-PCR é conduzido como qualquer outro exame laboratorial: através da coleta de sangue do paciente. Caso o resultado seja negativo, se realizado nos primeiros dias de sintomas, a possibilidade de febre amarela deve ser afastada. Caso o exame seja realizado após o quinto dia de sintomas é indicado que um novo exame de sangue seja feito para fazer a confirmação do diagnóstico, já que o teste molecular deve ser feito ainda na fase inicial da doença. Quando positivo, o paciente não precisa se submeter a outros exames para confirmar o diagnóstico.
“Não existem contraindicações para que uma pessoa com suspeita de febre amarela, dengue, zika ou chikungunya faça o exame de RT-PCR para confirmar o contágio. Porém, é importante conversar com um especialista ou médico de confiança antes da realização do exame para tirar qualquer dúvida, principalmente em casos de gravidez, idade avançada ou possíveis alergias que possam causar efeitos colaterais”, diz o médico, lembrando que o PCR é específico para cada uma destas doenças e deve ser solicitado para cada uma das hipóteses diagnósticas.
Epidemia de febre amarela
Já chega a cinco o número de mortes provocadas pelo vírus da febre amarela no estado do Rio de Janeiro desde o início do ano. Até o momento, 13 casos foram confirmados em Teresópolis, Petrópolis, Valença, Miguel Pereira e Nova Friburgo, o que alerta para uma possível nova epidemia. Transmitida pelo Haemagogus e Sabethes nas áreas rurais, a doença infectou mais de 400 pessoas nos primeiros meses de 2017 em diferentes regiões do país, principalmente nas cidades de Minas Gerais. Há a possibilidade de urbanização caso a transmissão ocorra pelo mosquito Aedes aegypti, o mesmo que prolifera a dengue, a zika e a chikungunya, porém este tipo de transmissão ainda não foi relatado no país.
Segundo o especialista, as medidas mais importantes para proteger a população da patologia é tomar a vacina da febre amarela e combater o mosquito transmissor nas cidades, eliminando seus meios de reprodução – que estão geralmente localizados em objetos que contenham água parada, como pneus, vasos, potes de plantas e caixas-d’água. Além disso, para se proteger também do mosquito nas áreas silvestres, é necessário o uso de repelente, chapéu e roupa que cubra a pele o máximo possível.
“Nas áreas de recomendação de vacina, segundo o Ministério da Saúde, a imunização por via subcutânea é indicada para todos os bebês a partir dos 9 meses, que pode ser antecipada para os 6 meses nas áreas onde haja surto da doença. Crianças maiores de 5 anos ou adultos que não foram imunizados nos anos anteriores devem tomar uma dose, que imuniza para toda a vida. A vacinação é contraindicada para crianças que ainda não completaram 6 meses e para mães que estejam amamentando crianças menores de 6 meses”, explica Alberto.
Gestantes também não devem ser imunizadas, mas, em caso de epidemia ou necessidade de viajar para áreas endêmicas, é importante consultar um especialista ou médico de confiança antes de tomar a dose. Idosos com mais de 60 anos e que nunca foram vacinados, pessoas alérgicas a ovos e imunodeprimidos – cujo sistema imunológico está enfraquecido – também devem consultar o médico.
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