1523656_f0d64c1f8de83d9.jpg?w=700&profile=RESIZE_710xDesenvolvido pela MSD, antiviral Molnupiravir deverá estar no mercado a partir de março
Merck & Co,Inc. / AFP

 

Além dos critérios científicos, viabilidade econômica e logística são consideradas na análise da Conitec

 

by GZH

 

Após o processo de aprovação das vacinas contra o coronavírus no Brasil, a indústria farmacêutica trabalha, agora, para garantir a a autorização ou inclusão no Sistema Único de Saúde (SUS) de medicamentos contra a covid-19. As informações são do jornal O Globo.

A empresa MSD está em tratativas com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a liberação emergencial do antiviral Molnupiravir. A expectativa é que a autorização ocorra em fevereiro e que, em março, o medicamento possa estar no mercado.

— Além da parte regulatória, estamos em conversas avançadas com a Fiocruz. O objetivo é trazer o Molnupiravir ao país por meio de uma colaboração tecnológica, o que dá à instituição a possibilidade de ter etapas do processo produtivo — diz Mário Ferrari, diretor da unidade de negócios de infectologia da MSD.

Já a Pfizer iniciou tratativas com a Anvisa em relação ao seu antiviral, mas ainda não pediu para usar a droga emergencialmente. Aos técnicos, representantes da empresa disseram que devem fazer a solicitação em fevereiro.

Enquanto isso, medicamentos que já passaram pelo crivo da Anvisa pediram, no início do ano, o aval da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec). É o caso do anticorpo monoclonal – um tipo de droga biológica desenvolvida em laboratório – Regkirona, da Celltrion Healthcare, e também do Olumiant, da Eli Lilly. Usado originalmente no tratamento de artrite reumatoide, o Olumiant teve resultados positivos para a covid-19 e recebeu autorização da Anvisa para este uso.

Por último, há o antiviral em infusão Rendesivir, batizado comercialmente de Veklury. No ano passado, o fármaco chegou uma negativa da Conitec sob a justificativa de falta de benefício claro de seu uso. A farmacêutica Gilead Sciences, responsável por seu desenvolvimento, pretende apresentar um novo pedido à comissão.

— Hoje estamos disponíveis só na rede privada brasileira. Vamos submeter novamente o pedido à Conitec porque temos dados novos e consistentes que mostram a redução da mortalidade — alega Christian Schneider, diretor-geral da Gilead no Brasil.

 

Oferta limitada

Com aval da Conitec, os fármacos estarão disponíveis na rede pública e não somente em hospitais particulares. Vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, o médico Alexandre Naime Barbosa, explica que a análise da Conitec não engloba apenas aspectos científicos, mas também a viabilidade econômica e logística dos medicamentos.

Foi esse fator que fez a sul-coreana Celltrion Healthcare esperar pouco mais de seis meses para entrar com o pedido do uso de seu anticorpo monoclonal no SUS, agora em janeiro. Seu uso é indicado para pacientes com covid-19 leve a moderada e que não precisam de ventilação mecânica.

— Estamos aguardando a revisão do material enviado e entender se precisam de mais informações. Na rede privada já tratamos centenas de pacientes — diz Michel Batista, gerente sênior de negócios da empresa no Brasil.

Apesar da movimentação da indústria para incluir esses medicamentos no SUS, Gustavo Mendes, gerente de medicamentos da Anvisa, acredita que a oferta será limitada, dada a complexidade de desenvolvimento desses fármacos.

— Medicamentos para doenças virais são muito difíceis de serem desenvolvidos, geralmente com percentual baixo de sucesso. Porque as doenças virais envolvem mecanismos imunológicos (mais complexos). Não vejo perspectiva de novas moléculas, vejo mais a chance de chegarem novas vacinas.

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