Farmacêutico desenvolve protetor solar multifuncional

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Composição alia filtros ultravioleta a óleo de linhaça para proteger de radiações do Sol e manter características saudáveis da pele
 

 

by CAPES

 

Júlio Abreu Miranda é bacharel em Farmácia pela Universidade Estadual de Goiás (UEG). Já na graduação, começou a pesquisar sobre produtos para a pele. No mestrado, que cursa com bolsa CAPES no Programa de Pós-Graduação em Ciências da Saúde da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ele elaborou um protetor solar multifuncional que alia filtros ultravioleta a óleo de linhaça em sua composição.

 

Fale sobre seu trabalho.
É o desenvolvimento de uma nanoemulsão fotoprotetora à base de óleo de linhaça e dos filtros ultravioleta (UV) tris-biphenyl triazine (nano) e avobenzona. A ideia de usar o óleo de linhaça nessa formulação é por causa de sua composição rica em ácidos graxos mono e poli-insaturados e também compostos fenólicos, que podem atuar como antioxidantes e regeneradores cutâneos. Associado com os filtros ultravioleta da formulação, objetivamos, além da proteção contra a radiação solar, manter características saudáveis da pele, já que os filtros UV não a protegem de todos os danos causados pela radiação. De forma sucinta, é um protetor solar multifuncional.

 

Como surgiu a ideia?
No meu trabalho de conclusão de curso da graduação, avaliei o controle de qualidade de bronzeadores das farmácias de Itumbiara (GO). Nós avaliamos in vitro o Fator de Proteção Solar (FPS) das formulações. A partir disso, umas das perspectivas do trabalho era pegar a mesma formulação e acrescentar um óleo natural para avaliar tanto o efeito que o óleo teria ao ser associado com o filtro UV, bem como avaliar as atividades que o mesmo óleo poderia fornecer para formulação. Ficou essa lacuna na monografia, essa vontade de continuar.

 

Qual o impacto da sua pesquisa?
O óleo de linhaça, por possuir compostos fenólicos, também pode ajudar a melhorar o efeito fotoprotetor dos filtros sintéticos, tornando possível a obtenção de formulações com o efeito fotoprotetor desejado com uma menor quantidade de filtros sintéticos, reduzindo o custo do produto final e os efeitos tóxicos que o excesso de filtros sintéticos podem causar. E um dos maiores problemas com relação aos danos causados pela radiação solar é a falta de uso de protetores solares por parte da população. Isso acontece principalmente pelo elevado custo destes produtos disponíveis no mercado.

 

Foram feitos testes?
Durante o mestrado, desenvolvi a formulação e avaliei a sua estabilidade físico-química ao longo do tempo. A formulação de estudo apresentou boa estabilidade durante o tempo de análise. Além disso, foi feito o teste de atividade fotoprotetora por meio da avaliação do fator de proteção solar in vitro, e foi possível observar que a associação do óleo de linhaça com os filtros sintéticos aumentou aproximadamente 40% do efeito fotoprotetor dos filtros. Também avaliei a estabilidade química dos filtros ao longo do tempo, o que permitiu observar que os filtros permaneceram estáveis, algo que também infere sobre a estabilidade do FPS da formulação.

 

Qual a situação atual do projeto e quais os próximos passos?
Diante desses resultados foi possível obter o depósito de patente da formulação referente a esse estudo. E, como perspectiva, temos que avaliar a atividade antioxidante da formulação, realizar testes de FPS in vivo (já aprovados pelo comitê de ética), e medidas de segurança como estudos de toxicidade, permeação e retenção cutânea.

 

 

 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC). (Brasília – Redação CCS/CAPES)

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