Várias farmácias em duas cidades do norte da Rússia garantem que as vendas de produtos que contêm iodo, um composto químico usado para mitigar os efeitos da exposição à radiação, aumentaram esta semana, depois de uma série de explosões terem acontecido, esta segunda-feira, num depósito de armas de uma base militar em Achinsk, perto de Krasnoyarsk, na Sibéria.
O acidente causou pelo menos dois mortos e seis feridos e levou milhares de pessoas a abandonar as suas casas. A explosão provocou o aumento dos níveis de radiação durante um curto período de tempo, segundo noticiaram a Reuters e a agência de notícias russa TASS.
Segundo reporta o The Moscow Times, o Ministério da Defesa da Rússia afirmou que um motor de foguete de combustível líquido explodiu durante um teste na base militar local, mas avança poucos detalhes sobre como terá acontecido. E ainda que a tutela tenha dito inicialmente que não foi libertada nenhuma substância nociva e que os níveis de radiação não foram alterados, as autoridades das duas cidades relataram terem notado um aumento na radiação.
Desde o incidente que uma secção da baía do Mar Branco está fechada para os cidadãos e circulam fotografias de equipas de resgate a usar equipamento de protecção, incluindo máscaras de respiração, facto que está a preocupar a população que ainda não foi informada oficialmente do sucedido. Um comunicado divulgado pela autarquia de Severodvinsk sobre os níveis elevados de radiação, umas das únicas provas oficiais que o acidente realmente aconteceu, foi entretanto apagado.
Vários meios de comunicação social e agências de notícias russas dizem que vários farmacêuticos estão a reportar uma autêntica corrida aos comprimidos de iodo desde o dia da explosão e que os moradores locais estão preocupados com a possibilidade de exposição à radiação. “Eles ontem compraram tudo. Primeiro foram os comprimidos de iodo e iodomarina e só depois o iodo normal e iodeto de potássio”, disse um farmacêutico à Interfax, agência de notícias russa. “O rebuliço começou por volta das 17h00 e quando fechamos já tínhamos vendido tudo”.
A Rusal, segunda maior empresa produtora de alumínio do mundo, suspendeu as operações na sua fábrica em Achinsk e ordenou a evacuação do local. Pelo menos 11 mil habitantes daquela cidade terão entretanto deixado as suas casas. Imagens divulgadas através de agências e das redes sociais mostram explosões em cadeia, bolas de fogo e faíscas no céu, seguidas de fumo negro.
Ainda não é conhecida a causa da explosão ou que tipo de arma estava a ser testada na base militar. A frota do norte da Rússia, incluindo os submarinos movidos a energia nuclear é próxima do local onde ocorreu a explosão, bem como de um campo de tiro para mísseis balísticos lançados por submarinos.
Fonte: UOL
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