Paralisação geral: os grandes bloqueios feitos por caminhoneiros durante dez dias se refletirão em impactos em diversas empresas por até um ano (Crédito: Fábio Motta/Estadão Conteúdo)
A greve dos caminhoneiros deixou um rastro de prejuízos bilionários para o setor produtivo e colocou em xeque a recuperação da economia. Os investimentos, que cresceram 0,6% no primeiro trimestre, devem ser afetados. O saldo para o Brasil não foi positivo
por Isto É Dinheiro
Se todos os setores da economia foram afetados, um ficou próximo de provocar uma tragédia na sociedade. A produção de remédios e de artigos médico-hospitalares teve 60% das empresas enfrentando falta de insumos. Dessas, 15% concederam férias coletivas.
A alemã Fresenius Medical Care viveu dias dramáticos. Maior fabricante mundial de máquinas e insumos para diálises, tratamento que permite prolongar a vida de pessoas com deficiências renais, não conseguia tirar seus remédios da fábrica paulista de Jaguariúna. Há 127 mil pacientes que utilizam os seus produtos em clínicas espalhadas pelo Brasil. Ao todo, 1 milhão de pessoas são tratadas anualmente em hospitais brasileiros, com três sessões semanais de diálise. Se perder uma delas, o risco de morte no mesmo mês aumenta 20%.
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Se a greve dura uma semana a mais, nem saberia dizer qual seria a situação”, diz o executivo, que calcula uma perda de faturamento e custos adicionais de transportes de produtos, insumos e de funcionários em R$ 20 milhões — a empresa fatura R$ 800 milhões ao ano. Os efeitos desses dias de caos no ambiente de negócios se estenderão por um longo tempo.
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