Gastos com saúde preocupam brasileiros aos 70 anos
Daniel Sanes, de São Paulo - Jornal do Comércio
À medida que a idade avança, avançam também as preocupações com os gastos com a saúde. Paralelamente a isso, outra dor de cabeça surge: as despesas se tornam cada vez maiores. De acordo com a pesquisa “Percepção dos brasileiros sobre temas de saúde“, divulgada na sexta-feira passada pelo Instituto Datafolha em parceria com a biofarmacêutica AbbVie, as dificuldades financeiras para arcar com medicamentos e atendimento médico são a principal causa de preocupação do brasileiro ao atingir os 70 anos de idade. Foram ouvidas 2.087 pessoas de todas as regiões do País, entre os dias 3 e 9 de abril.
O levantamento mostra que esse é o maior temor de 23% dos entrevistados, superando até mesmo o câncer, que vem logo depois, com 19%, seguido de outros motivos, como problemas de locomoção e coluna (14%) e memória e lucidez (12%). As mulheres se mostram mais precavidas: 26% delas têm essa como a principal preocupação relativa à saúde, ante 19% dos homens.
A maioria dos entrevistados (73%) não possui plano privado ou convênio, o que acentua a apreensão em relação ao futuro. Entre os 23% que contam com plano de saúde, quase metade (47%) tem Ensino Superior, é das classes A e B, e vive em regiões metropolitanas, especialmente do Sudeste do Brasil.
Apesar disso, 52% dos entrevistados acreditam ter acesso aos mais avançados tratamentos médicos e remédios, e 66% acham que, em cinco anos, esse panorama será melhor. “O brasileiro tende a ser otimista, especialmente entre as classes mais baixas. Outras pesquisas, nos campos econômico e político, demonstram isso”, explica o pesquisador do Datafolha Paulo Gomes Alves.
Outro dado curioso é relativo ao modo como os brasileiros se informam sobre saúde. Embora os profissionais da medicina ainda sejam a principal fonte de informação (49%), são seguidos de perto pelo Google (37%) e outros portais de internet (26%). As redes sociais também foram lembradas, com preferência para o Facebook (15%). Apesar da “reputação” de ser um terreno fértil para fake news, o WhatsApp foi mencionado por 11% dos entrevistados.
“Se somarmos o segundo e o terceiro colocados, veremos que os médicos estão atrás. Essa é uma realidade com a qual temos que lidar, não tem volta. O que podemos fazer é pedir que as pessoas recorram a sites de instituições e entidades confiáveis. Ainda assim, quando precisam ter certeza de um diagnóstico, por exemplo, elas não deixam de procurar atendimento especializado”, afirma a diretora médica da AbbVie Brasil, Karina Fontão. De fato, quando questionados sobre a credibilidade, 43% ainda veem o médico como a opção mais confiável, contra apenas 14% do Google e 7% de sites em geral.
Fonte: Jornal do Comércio
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