Genérico do Ozempic deve chegar em 2026 às farmácias

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Com quebra da patente prevista para 2026, farmacêutica Prati-Donaduzzi começou pesquisas para produzir genérico do Ozempic, usado no tratamento de obesidade e diabetes - Créditos: Envato

 

 

Brasil enfrenta desafios com mais de 16 milhões de diabéticos e 46 milhões de obesos adultos; genérico irá ampliar acesso à medicação que trata doença e atua como inibidor de apetite

 

Com mais de 16,8 milhões de adultos entre 20 e 79 anos diagnosticados com diabetes, o Brasil ocupa o quinto lugar entre os países com maior incidência da doença no mundo, ficando atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão. Segundo projeções da Federação Internacional de Diabetes (LDF), os casos devem subir para 21,5 milhões até 2030. Além disso, o país enfrenta uma epidemia de obesidade, com 46 milhões de brasileiros adultos sofrendo com a condição, o que representa um a cada quatro adultos obesos. 

Os índices mencionados são parte da explicação para a explosão de vendas do Ozempic, um medicamento à base de semaglutida utilizado no tratamento das duas doenças, a partir da inibição do apetite. De acordo com o IQVA, líder global em fornecimento de informações, tecnologia, análises avançadas e conhecimento especializado em saúde, as vendas do medicamento somam mais de R$ 3 bilhões no Brasil. Esse montante posiciona o produto como o de maior faturamento no setor farmacêutico do país. 

Com a quebra da patente do medicamento prevista para 2026, a farmacêutica Prati-Donaduzzi já iniciou as pesquisas para a fabricação do genérico do produto. A matéria-prima será importada da Ásia, enquanto o dispositivo para aplicação foi negociado na Europa. “O genérico amplia o acesso aos medicamentos para a população. Com a queda da patente do Ozempic, irá ocorrer um efeito muito parecido com o que ocorreu com o Viagra. O comprimido de referência custava R$ 50, e hoje o genérico é comercializado a R$ 0,90. Essa diferença no preço trouxe acesso a quem precisava”, diz o CEO da Prati-Donaduzzi, Eder Maffissoni. 

 

De olho em 2026

Para o CEO, é fundamental o investimento nas pesquisas do novo medicamento para que estas estejam finalizadas no momento em que os genéricos passarem a ser permitidos. “As farmácias buscam ter pelo menos três opções do produto na prateleira, com diferentes faixas de preço. Essa agilidade ajuda a nos posicionar no mercado”, afirma Eder. Neste momento, a farmacêutica está na fase de formulação e análise de resultados. 

A Prati-Donaduzzi destina 5% do faturamento para pesquisa e desenvolvimento de portfólio. Em 2023, a receita da farmacêutica localizada em Toledo (PR) foi de R$ 2,3 bilhões. “Estamos entre os maiores produtores de genéricos do Brasil e expandindo nosso portfólio para incluir medicamentos de referência para doenças como Parkinson, Alzheimer, esquizofrenia, autismo, depressão e epilepsia”, finaliza o CEO.

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