A Gilead do Brasil emitiu um comunicado com o objetivo de esclarecer afirmações que repercutiram na imprensa sobre a resistência do Ministério da Saúde em adotar o uso do antiviral Remdesivir no Sistema Único de Saúde (SUS).
Reportagem da CNN Brasil, do dia 31 de março, revelou que o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e outros integrantes da pasta tinham resistência em incluir no SUS o medicamento da Gilead, que teve o seu uso para o tratamento contra a Covid-19 aprovado em 12 de março pela Anvisa. A decisão tem como base uma nota técnica elaborada em março deste ano pela Secretaria de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos em Saúde da pasta. O documento sustenta que são necessários “dados mais robustos para estimar o real benefício” do remédio no tratamento contra o novo coronavírus.
A Gilead informa na nota que se sente surpresa com o posicionamento do Ministério da Saúde em relação à eficácia e segurança do Remdesivir, recentemente aprovado pela Anvisa e em mais de 50 países no mundo.
“Temos tido interlocução contínua com o Ministério para definir o melhor uso do medicamento. Durante o processo de registro do produto, mantivemos contato constante para mantê-los informados sobre a evolução dos estudos e dos dados de utilização do produto na vida real.
Salientamos que o Remdesivir é o único antiviral aprovado e com indicação em bula para o tratamento da Covid-19 e importante terapia na fase virêmica da doença, ou seja, nas fases iniciais. Porém, o medicamento ainda se encontra sem aprovação de preço pela CMED para comercialização no Brasil”, diz o comunicado.
A farmacêutica também salienta que o melhor uso do produto se dá quando o paciente está hospitalizado, com pneumonia pelo SARS – CoV 2 em uso de oxigênio de baixo ou alto fluxo e não quando os pacientes estão intubados e em ventilação mecânica. Um dos benefícios do Remdesivir consiste em reduzir o tempo de internação e, portanto, na liberação de leitos para os pacientes serem acolhidos no já saturado ambiente hospitalar.
“O estudo ACTT 1 demonstrou que os pacientes randomizados para o braço do Remdesivir tiveram um tempo menor de recuperação do que os pacientes do braço do placebo, além de reduzir a progressão para formas mais graves. Ainda de acordo com a aprovação do FDA: na população geral de pacientes, houve uma tendência de redução de 27% na mortalidade com Remdesivir em comparação com o placebo no Dia 29 (11,4% vs. 15,2%, HR 0,73; IC de 95%, 0,52 a 1,03). Dados adicionais de mortalidade de uma análise post-hoc foram publicados no New England Journal of Medicine em 8 de outubro de 2020”, finaliza a nota da Gilead.
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