A GlaxoSmithKline vai adquirir uma participação de US$ 300 milhões na empresa de testes genéticos 23andMe e reformular sua abordagem de pesquisa. O laboratório britânico tem pressa para alcançar rivais no desenvolvimento de produtos de grande sucesso que possam gerar bilhões de dólares.
Com um acordo de colaboração durante quatro anos, a Glaxo e a 23andMe, do Vale do Silício, anunciaram nesta quarta-feira que vão usar dados genéticos para encontrar novos objetivos farmacológicos e aprimorar a seleção de pacientes para estudos clínicos. Hal Barron, ex-executivo da empresa de biotecnologia Genentech, dirigirá uma nova estratégia concentrada no sistema imunológico, na genética e no investimento em tecnologias avançadas.
Com vínculos com o Vale do Silício, Barron, que é médico, pretende mudar o modo como a Glaxo busca novos medicamentos em áreas como o câncer. A CEO Emma Walmsley prometeu fortalecer a divisão farmacêutica da fabricante britânica limitando o foco às melhores perspectivas, e a empresa aumentou sua projeção de lucros para o ano cheio.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">A Glaxo está abordando "um grande problema do setor farmacêutico, que é a baixíssima probabilidade de sucesso" dos medicamentos potenciais, disse Walmsley em uma entrevista coletiva. O acordo com a 23andMe pode ser "transformador" por aumentar a eficiência do processo, disse ela.
A Glaxo também anunciou um programa de reestruturação que custará cerca de 1,7 bilhão de libras esterlinas (US$ 2,2 bilhões) até 2021. Projeta-se uma economia anual de 400 milhões de libras nesse período, que será reinvestida em pesquisa e desenvolvimento e no apoio comercial de novos produtos.
Novos diretores
No ano passado, a Glaxo foi a 11° colocada entre 13 grandes empresas farmacêuticas em uma análise da Bloomberg Intelligence que mediu os retornos de pesquisa e desenvolvimento, e os investidores manifestaram receio quanto à capacidade da empresa de aumentar a produtividade e, ao mesmo tempo, financiar seu dividendo.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Para acelerar a busca por novos remédios, Walmsley convocou Barron, que havia trabalhado durante 17 anos na Genentech e em sua controladora, a Roche Holding, dirigindo o desenvolvimento de uma série de tratamentos muito bem-sucedidos, como o Avastin, contra o câncer. Ela também convocou Luke Miels da rival mais próxima da Glaxo, a AstraZeneca, para ser o novo diretor de produtos farmacêuticos. Depois da queda de 15 por cento em 2017, as ações subiram 18 por cento no ano até agora e chegaram a avançar 2,6 por cento em Londres.
Dilema
Um dilema fundamental do setor é que apenas 10 por cento dos remédios escolhidos para a realização dos testes iniciais chegam aos pacientes, de acordo com Barron. O custo médio de levar um novo remédio ao mercado disparou para quase US$ 2 bilhões em 2017, ao passo que as grandes farmacêuticas observaram uma forte queda dos retornos sobre o investimento em pesquisa e desenvolvimento, estima a Deloitte.
"A ideia de escolher remédios potenciais que foram validados geneticamente nos dá a chance de ter uma probabilidade de sucesso muito maior", disse Barron. "Isso também ajuda com o ritmo. Vamos conseguir fazer programas mais rapidamente. Então, isso nos ajudará com dois ou três dos maiores desafios enfrentados por nosso setor."
Fonte: Jornal de Floripa
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