Valor Econômico
Jornalista: Stephanie Armour
04/03/20 - O governo de Donald Trump estuda a possibilidade de recorrer a um programa nacional de catástrofes para pagar hospitais e médicos pela assistência prestada a pessoas destituídas de seguro-saúde contaminadas com o novo coronavírus. O debate ocorre num momento em que aumenta a preocupação em torno dos custos de assistência médica de parte dos 27 milhões de americanos que não possuem cobertura de saúde.
Em catástrofes naturais como furacões, os hospitais e instalações médicas podem ser reembolsados de acordo com o previsto em um programa federal, que paga a essas instituições cerca de 110% das taxas cobradas pelo Medicare para tratar pacientes como os que foram removidos de áreas duramente atingidas. O Medicare é o sistema federal de seguro-saúde americano para maiores de 65 anos.
há uma hora Mundo Os Centers for Medicare and Medicaid Services têm discutido sobre a possibilidade de usar esse programa para pagar prestadoras que tratam de pacientes destituídos de seguro-saúde portadores de coronavírus, disse essa pessoa. O Medicaid é o sistema federal americano de seguro saúde para pessoas de baixa renda.
Robert Kadlec, secretário-assistente de prontidão e reação do Departamento de Saúde e Serviços Humanos, disse ontem em audiência no Congresso que estão sendo mantidas discussões sobre a possibilidade de usar o programa de reembolso do Sistema Médico Nacional para Catástrofes.
Em 2018, 8,5% da população americana, ou 27,5 milhões de pessoas, não tinham seguro. Isso representou um aumento em relação a 2017, quando 7,9% da população americana, ou 25,6 milhões de pessoas, não tinham seguro, de acordo com o Departamento de Censo dos EUA.
Os EUA registraram até ontem mais de 100 casos de coronavírus, com nove mortes. O governo se concentra nos custos da prestação de assistência a pessoas não cobertas por seguro porque as pessoas físicas, normalmente, têm cobertura por meio do Medicaid, dos empregadores ou de seguro privado adquirido no mercado de planos individuais.
Os hospitais americanos, que habitualmente arcam com os custos de assistência não remunerada, têm-se preparado para um afluxo de pacientes. Hospitais de todos os tipos prestaram mais de US$ 38 bilhões em assistência não remunerada em 2017, de acordo com a Associação Hospitalar Americana.
Uma pandemia semelhante à de 1918, conhecida como Gripe Espanhola, levaria os hospitais americanos a absorver um prejuízo líquido de US$ 3,9 bilhões, ou uma média de US$ 784.592 por hospital segundo relatório de 2007 publicado na revista especializada “Journal of Health Care Finance” - que conclamou as autoridades a estudar medidas emergenciais para garantir que os hospitais não fiquem insolventes em consequência de uma grave pandemia.
O Sistema Médico Nacional para Catástrofes está sujeito à disponibilidade de recursos e reembolsa médicos e instalações de saúde que prestam assistência a pacientes habilitados vitimados por catástrofes naturais sob diretrizes específicas caso não haja assistência em sua área local. Ele foi usado no passado para situações de emergência como o Furacão Irma, em 2017, quando cerca de 85 pacientes receberam cobertura pelo programa.
Entre os serviços cobertos estão assistência hospitalar, assistência domiciliar, reabilitação e assistência primária apontadas como medicamente necessárias. Mais de 1.900 hospitais nos EUA participam do programa de reembolso depor assistência por catástrofes naturais, de acordo com o Departamento de Saúde e Serviços Humanos.
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