Em janeiro deste ano, o motorista de ônibus João Oliveira, 56 anos, ganhou uma nova vida.
Fonte Governo do Pará
Em janeiro deste ano, o motorista de ônibus João Oliveira, 56 anos, ganhou uma nova vida. Depois de uma espera de quatro anos por um doador compatível, ele realizou o transplante de um rim. Em 2014, João sofreu um acidente de moto e teve os dois rins paralisados. “Minha vida era só sofrimento. Não conseguia nem urinar. Depois do transplante, quando finalmente consegui, chorei de emoção. Com o transplante realizado, fiquei feliz também ao perceber o Hospital Ophir Loyola (HOL) como uma referência nesse tipo de cirurgia. Só tenho a agradecer a todo o corpo clínico do hospital, todos são muito dedicados e atenciosos. Não tem hora para eles, estão sempre prontos a ajudar. Dos médicos até os funcionários”.
João faz parte das estatísticas animadoras da Central de Transplantes coordenada pela Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). Em 2017 foram realizados 72 transplantes renais no Estado, um número maior do que o verificado em 2016, que foi de 52. O número de transplantes de córnea também obteve crescimento, passou de 195 em 2016 para 303 em 2017. Mas o objetivo da Central de Transplantes para 2018 é bater a meta da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos prevista para o Pará, que é de 4,5 doadores por milhão de habitantes cadastrados. Atualmente, o Pará está com 3,3 doares por milhão de habitantes.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Para atingir essa meta, a Central de Transplantes irá iniciar, no próximo mês de abril, o projeto “Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes nos hospitais”, que visa aumentar a doação de múltiplos órgãos. O projeto consiste na visita aos gestores de hospitais, inicialmente na Região Metropolitana de Belém, para informá-los sobre a obrigatoriedade da notificação de mortes encefálicas e sobre a importância de sensibilizar os funcionários para o trabalho de captação de órgãos.
Junto a esses gestores será feito um trabalho de incentivo aos investimentos na doação, mostrando a eles que os serviços da doação podem ser faturados e o ressarcimento sairá de um fundo estratégico federal. Os hospitais nos quais o projeto será implantado são os que possuem um fluxo frequente de doadores em potencial: Pronto Socorro da 14 de Março, Hospital Ophir Loyola, Metropolitano, Saúde da Mulher e Beneficente Portuguesa.
O outro projeto será o “Captação de Córneas” e funcionará no Instituto Médico Legal, com o intuito de aumentar o número de doação de córneas. Será montada uma equipe dentro do IML para que possa ser feito o acolhimento das famílias que perderam um ente, para que elas sejam informadas sobre a possibilidade e importância da captação dessas córneas. O projeto está em fase de reuniões, nas quais agentes da Sespa conversam com os funcionários para destacar a relevância desse trabalho e só aguarda a posição do IML para montar a equipe e iniciar os trabalhos.
“Acreditamos que esses projetos são inovadores e estamos trabalhando essa estratégia com os gestores dos hospitais para que realmente as doações aumentem. Estamos com uma perspectiva bem animadora para fecharmos o ano de 2018 ainda melhor do que em 2017. Para a saúde pública paraense vai haver um ganho muito grande evitando que a população tenha que se deslocar para outros estados a fim de realizar um transplante”, informa Ierecê Miranda, coordenadora adjunta da Central de Transplantes.
Além disso, ainda em 2018, o Pronto Socorro da 14 de Março vai passar a funcionar com um equipamento de última geração cedido pelo Governo do Estado (Doppler transcraniano) para que o diagnóstico de morte encefálica seja fechado mais rapidamente. Com esse equipamento, a tendência é aumentar o número de doadores.
Onde os transplantes são realizados hoje
Atualmente, 14 unidades hospitalares do Estado, em quatro regiões de integração, fazem transplantes de órgãos. No Pará, são realizados transplantes nos hospitais Ophir Loyola (córnea e rim), Saúde da Mulher (somente rim, porém já credenciado para medula óssea para convênios e particulares), Bettina Ferro (córnea pelo SUS), Clínica Cinthia Charone (córnea no privado e SUS), além de algumas clínicas privadas credenciadas para transplante de córnea.
Em relação ao transplante de córnea, vale ressaltar que o Banco de Olhos do Hospital Ophir Loyola é o único do Pará e atua no recolhimento, preservação e destinação de córneas em consonância com a Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos do Pará para atendimentos da rede particular, pelo SUS e por convênio. A instituição também realiza transplantes e oferece ambulatório.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Recentemente, o Hospital Ophir Loyola recebeu a aprovação para realizar transplante de medula óssea após uma visita de membros da Coordenação-Geral e da Câmara Técnica do Sistema Nacional de Transplantes (SNT). Assim, foi feita uma análise para verificar se o hospital atendia às exigências do credenciamento, pelo Ministério da Saúde, para a realização de transplantes de medula óssea e fígado, serviço realizado na Onco-Hematologia do HOL, em parceria com a Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa).
Em Santarém, desde novembro de 2016, o programa de transplantes do Hospital Regional, sediado no município, já realizou nove transplantes de rins e cinco de córnea. A captação de córneas para transplantes é feita por meio do Sistema Único de Saúde e da rede privada.
Já no município de Redenção, foram realizados quatro transplantes de rim (inter vivos), no Hospital Regional Público do Araguaia. A captação ocorre principalmente em Belém e Santarém, em locais onde é possível fazer os procedimentos legais necessários, principalmente no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (90% dos casos). Outros hospitais necessitam criar condições para captação de múltiplos órgãos, como por exemplo, fazer o diagnóstico de morte encefálica conforme a Resolução 1480/1997 do Conselho Federal de Medicina (CFM).
A Central de Transplantes coordena todos os processos de doação, captação e transplantes de órgãos e tecidos; cadastra equipes, hospitais e clínicas para a realização de transplantes; monitora e supervisiona o Sistema de Lista de Espera de acordo com a Legislação Federal. Todo o processo de registros e informações das doações e transplantes é feito on-line pelo Sistema Nacional de Transplantes do Ministério da Saúde.
Por Syanne Neno
Ariquemes
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