Grécia reclama milhões de euros à farmacêutica Novartis por suposta corrupção

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, em Atenas, em 15 de janeiro de 2018 - AFP/Arquivos

Isto É Dinheiro

por ATP

O governo grego reclamará milhões de euros à farmacêutica suíça Novartis, anunciou nesta segunda-feira (12) o primeiro-ministro Alexis Tsipras, que pediu ao Parlamento uma investigação sobre os supostos subornos durante anos a importantes políticos do país.

“O governo não abandonará a reclamação de fundos dos quais a Novartis privou o povo grego”, disse Tsipras aos deputados.

“Usaremos todo o poder das leis nacionais e internacionais para recuperar o dinheiro roubado do povo grego até o último euro”, assegurou.

Os investigadores acreditam que a Novartis tenha cobrado um preço excessivo ao Estado grego durante quase 10 anos (2006-2015) depois de subornar vários políticos, um prejuízo para os contribuintes avaliado em cerca de três bilhões de euros (3,7 bilhões de dólares).

No total, acredita-se que práticas similares no setor de Saúde grego tenham custado 23 bilhões de euros do dinheiro público entre 2000 e 2015.

A Novartis assegurou em comunicado estar “a par da informação da imprensa sobre nossas práticas empresariais” na Grécia, e disse que está cooperando com as autoridades.

Dois ex-primeiros-ministros e oito ex-ministros foram citados por testemunhas protegidas do caso por supostamente terem aprovado os contratos da Novartis a preços excessivos em troca de subornos.

Na Grécia, somente o Parlamento está habilitado a investigar ex-ministros por atos cometidos durante seu mandato. Espera-se que a Assembleia aprove a proposta de Tsipras.

Alguns dos citados no caso, entre os quais estão o ex-primeiro-ministro Antonis Samaras e o ex-ministro da Saúde Dimitris Avramopoulos — agora comissário europeu de Migração —, negaram seu envolvimento e querem que as testemunhas protegidas revelem sua identidade.

O ministro grego da Justiça, Stavros Kontonis, disse no ano passado que a Novartis subornou “milhares” de médicos e funcionários na Grécia para promover seus produtos.

Também acusou a farmacêutica de continuar vendendo remédios a um “preço excessivo”, inclusive depois que o país entrou em 2010 em uma profunda crise econômica.

Em 2014, a Novartis foi investigada pelas autoridades dos Estados Unidos por pagar subornos para aumentar sua venda de medicamentos e foi multada em 390 milhões de dólares pelo Departamento de Justiça americano.

Em março de 2017, a farmacêutica também pagou 25 milhões de dólares em um caso que envolvia sua filial na China.

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Comentários

  • Trabalhei por mais de 7 anos na antiga Ciba Geigy Pharma e sempre tive a convicçâo de que a etica e a moral eram valores fundamentais e principios petreos desta tradicional empresa . Leio com muita tristeza estas noticias referentes a corrupção envolvendo a alta cupula da empresa , que supostamente deveriam servir de exemplo e zelar pelo cumprimento dos principios.

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