Grupo Ultra inicia 2019 sob desafio da retomada

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Depois de entregar resultados abaixo do esperado no quarto trimestre, o grupo Ultra iniciou 2019 com o desafio ampliado de mostrar que a recuperação que começou a se esboçar no ano passado é consistente. O tom da direção segue otimista e uma série de ajustes continua a ser feita nos negócios. Mas, num primeiro momento, os investidores ajustaram suas posições aos números mais fracos e as ações da Ultrapar encerraram o dia com baixa de 4,92%, negociadas a R$ 52 cada na B3.

De outubro a dezembro, a receita líquida da companhia subiu 10% na comparação anual, para cerca de R$ 23 bilhões, com melhora em todos os negócios. Já o resultado antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado caiu 5%, para R$ 933 milhões, pressionado pelo desempenho da Ipiranga, de distribuição de combustíveis, e da Extrafarma, rede de varejo farmacêutico. O lucro líquido subiu 27%, a R$ 496 milhões, beneficiado pela melhora na linha financeira.

Analistas do Santander destacaram que os resultados ficaram aquém do esperado – o Ebitda ajustado foi 13% menor do que projetado pelo banco e 8% inferior ao do consenso. “Apesar de a Ipiranga ter apresentado melhora no volume de combustíveis, que subiu 4% na comparação anual, a margem Ebitda por metro cúbico de R$ 93 foi inferior à nossa estimativa de R$ 106 e à do consenso, de R$ 96. Os demais negócios registraram números operacionais sem brilho, exceto Ultracargo “, escreveram Christian Audi, Gustavo Allevato e Rodrigo Almeida.

Em conversa com analistas, o diretor financeiro e de Relações com Investidores André Pires disse que o grupo quer voltar a registrar, nos próximos anos, expansão do Ebitda equivalente ao que foi apurado até 2017. No acumulado de 2018, o Ebitda ajustado ficou em R$ 3,07 bilhões, queda de 23%. “A Ultrapar entregou resultados sólidos, mas abaixo da expectativa”, admitiu.


O executivo listou algumas iniciativas adotadas em 2018 para reverter essa trajetória, entre as quais a sucessão em grandes negócios, o fortalecimento de posições de diretoria e a redução dos investimentos, com maior disciplina na alocação de capital. Essas medidas levaram a um aumento de R$ 1,1 bilhão na geração de caixa anual, “o que confirma a solidez financeira da companhia”, destacou.

A Ultrapar viu ainda a alavancagem financeira recuar a 2,68 vezes em dezembro e a perspectiva é de continuidade dessa tendência, o que possibilitará ao grupo buscar oportunidades de expansão orgânica e via aquisição. De acordo com Pires, há “várias oportunidades” de crescimento inorgânico neste momento no país, decorrente da dinâmica mais liberal da economia. “Vamos ver um mercado muito mais dinâmico, com oportunidades para as empresas que tiverem capacidade de fazê-lo”.

Para 2019, a Ultrapar espera melhora em todas as áreas, com “aumento importante” do Ebitda, puxado por Ipiranga e recuperação da Extrafarma. No primeiro trimestre, comentou o diretor, o ambiente operacional para a rede de distribuição de combustíveis está mais equilibrado, com redução dos custos dos combustíveis e consequente melhora da demanda.

“As vendas estão acima do esperado para o diesel. Assim, devemos ter crescimento ante o primeiro trimestre de 2018 e melhora sequencial na rentabilidade ajustada pela sazonalidade”, disse. Para 2019, a expectativa é a de que as vendas em volume da Ipiranga cresçam acima do Produto Interno Bruto (PIB), com recuperação significativa do resultado operacional.

Fonte: Valor Online

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