by Joni Mengaldo | DikaJob
A GSK, uma das maiores empresas farmacêuticas do mundo, anunciou nesta terça-feira (18) que chegou a um acordo para adquirir a Bellus Health, uma companhia de biotecnologia canadense focada no desenvolvimento de terapias para doenças respiratórias crônicas. O valor da transação é de US$ 14,75 por ação em dinheiro, o que representa um prêmio de 103% em relação ao preço de fechamento da Bellus na segunda-feira (17) e um valor total de cerca de US$ 2 bilhões .
A aquisição da Bellus permitirá à GSK reforçar seu portfólio de medicamentos experimentais para o tratamento da tosse crônica refratária (CCR), uma condição que afeta milhões de pessoas em todo o mundo e que tem um impacto significativo na qualidade de vida dos pacientes. A CCR é caracterizada por uma tosse persistente que não responde aos tratamentos convencionais e que pode durar meses ou anos.
A Bellus é a desenvolvedora do BLU-5937, um antagonista seletivo dos receptores P2X3 que está atualmente na fase 2b de ensaios clínicos para a CCR. Os receptores P2X3 são responsáveis pela transmissão dos sinais de tosse do sistema nervoso periférico para o cérebro. O BLU-5937 visa bloquear esses receptores e reduzir a frequência e a intensidade da tosse, sem causar efeitos colaterais como alteração do paladar ou dormência na boca, que são comuns em outros medicamentos da mesma classe.
A GSK é líder mundial no desenvolvimento de terapias respiratórias, com produtos como o Advair, o Trelegy e o Nucala, que são usados para o tratamento da asma e da doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). A empresa também tem em seu pipeline outros candidatos a medicamentos para a CCR, como o GSK2798745 e o GSK2339345, que estão na fase 1 de testes clínicos.
A presidente-executiva da GSK, Emma Walmsley, afirmou que a compra da Bellus é uma oportunidade estratégica para ampliar a presença da empresa no mercado de doenças respiratórias e oferecer novas opções terapêuticas para os pacientes com CCR. "Acreditamos que o BLU-5937 tem um potencial significativo para se tornar um tratamento diferenciado e transformador para essa condição debilitante", disse Walmsley.
O presidente-executivo da Bellus, Roberto Bellini, disse que a união com a GSK é um reconhecimento do valor do BLU-5937 e da expertise da equipe da Bellus no campo dos receptores P2X3. "Estamos entusiasmados em fazer parte da GSK e de sua visão de ser uma das empresas mais inovadoras do mundo em ciências da vida. Juntos, poderemos acelerar o desenvolvimento do BLU-5937 e levar esse medicamento promissor aos pacientes que precisam dele", declarou Bellini.
A transação está sujeita à aprovação dos acionistas da Bellus, das autoridades regulatórias e de outras condições habituais. A expectativa é que a operação seja concluída no primeiro trimestre de 2024.
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