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Como parte da agenda da missão brasileira à Suíça, para explorar oportunidades de colaboração e negócios na área de biotecnologia, foi lançado na quarta (24), na Pupella & Innovation Garage, na Basileia, o “Guia de Startups de Biotecnologia em Saúde do Brasil”. A publicação, elaborada por Sindusfarma, Rede Brasileira de Inovação Farmacêutica (RBIF) e Biominas Brasil, apresenta uma visão das inovações biotecnológicas do Brasil, dos cenários de investimento e dos marcos regulatórios, sendo voltada para investidores, pesquisadores e formuladores de políticas públicas interessados em estabelecer parcerias.
O Guia traz o perfil de 40 startups. Os dados e análises da publicação se baseiam nas contribuições de 69 startups de biotecnologia espalhadas pelo país, que responderam a um formulário de perguntas sobre temas como as necessidades do mercado, capacidade de inovação e prontidão para a colaboração internacional.
A atuação das startups tem predominância na análise e diagnóstico de tratamentos, terapias e produtos farmacêuticos e químicos, além dos esforços em inovação para aprimorar os serviços de saúde do país.
Neste contexto, as soluções fornecidas pelas startups apresentam potencial promissor para tratamentos relacionados às áreas de Bem-Estar e Envelhecimento, Dermatologia, Dispositivos Médicos, Doenças Crônicas, Doenças Negligenciadas, Doenças Raras, Genética, Oncologia e Tecnologias Digitais, incluindo Computação em Nuvem, Inteligência Artificial e Geoprocessamento.
Onde estão localizadas
O Sudeste sedia 64,1% das startups destacadas nessa publicação, especialmente em grandes cidades como São Paulo, Belo Horizonte e Rio de Janeiro. Na sequência estão as regiões Sul (14,1%), Nordeste (9,4%), Centro-Oeste (7,8%) e Norte (4,7%).
Os dados refletem uma considerável disparidade entre as regiões, porém, também apresentam o potencial de crescimento e expansão em diversos ecossistemas para a inovação em biotecnologia do Brasil
Fontes diversificadas de financiamento
O ‘Financiamento Público’ surge como a fonte mais dominante entre as startups de saúde do Brasil, com 30,2% delas recebendo aportes governamentais. Logo atrás, com 28,3%, estão os Recursos Próprios/Inicialização, que indicam um grau significativo de autofinanciamento entre os empreendedores.
Também aparecem na lista ‘Outros Investimentos Privados’ (18,26%), ‘Investimento Anjo’ (10,3%), ‘Prêmios’ (7,9%), ‘Capital de Risco’ (7,1%) e ‘Capital de Risco Corporativo’ (2,38%).
Esta visão geral de investimentos sugere um ambiente cautelosamente otimista para as startups, caracterizado por um influxo de capital em crescimento, porém, ainda reservado. Tendências recentes indicam que os investidores estão começando a comprometer fundos mais substanciais, atraídos pela alta qualidade dessas empresas brasileiras, pelo vasto potencial de mercado e pelos custos relativamente mais baixos de desenvolvimento.
Rosana Mastellaro, diretora Técnico-Regulatória e de Inovação do Sindusfarma, e Marcio de Paula,
consultor do Sindusfarma e representante da RBIF, durante o lançamento da publicação
Estratégias de receita
O Guia de Startups de Biotecnologia em Saúde no Brasil também reúne os principais modelos de receita preferidos das startups participantes, juntamente com as considerações estratégicas que impulsionam tais escolhas.
O modelo ‘Business-to-Business (B2B)’ lidera com 51,9%, indicando um foco principal em vendas diretas para outras empresas. Na sequência aparecem o ‘Business-to-Business-to-Consumer (B2B2C)’, com 18,87%, onde as startups se associam a empresas para alcançar os consumidores finais; e o ‘Direto ao Consumidor (B2C)’, com 15,09%, com vendas diretas ao mercado consumidor.
Também foram listados o ‘Business-to-Government (B2G)’, com 6,6%; o ‘Software como Serviço (SAAS)’, com 2,83%; o ‘Business-to-Business-to-Government (B2B2G)’, com 1,89%; e ‘Outros Modelos de Receita’ aparecem com 1,88%.
A predominância por transações B2B indica a preferência do setor para alavancar parcerias comerciais, enquanto a representação significativa dos modelos B2B2C e B2C ilustra estratégias diversas de envolvimento com o mercado.
Expansão global
No que tange àsestratégias de internacionalização preferidas pelas startups, destaque para as ‘Parcerias de Co-Desenvolvimento’, que, com 45,9%, indicam uma forte inclinação para os projetos colaborativos de desenvolvimento com parceiros do exterior.
Outro método considerado eficaz para adentrar em mercados estrangeiros são os ‘Investimentos Diretos’, que destaca o valor atribuído ao estabelecimento de uma presença direta em outros países.
Também foram citadas a ‘Internacionalização para a Suíça’ (11,48%), devido ao robusto ecossistema de biotecnologia encontrado no país europeu; ‘Exportação’ (6,56%) e ‘Joint Ventures’ (3,28%).
Fases de desenvolvimento das empresas
Outra análise importante está associada às etapas de desenvolvimento tecnológico de cada startup participante, utilizando como parâmetro os Níveis de Prontidão Tecnológica (Technology Readiness Levels - TRL), desde a pesquisa inicial até a comercialização completa.
Mais da metade das startups, na ordem de 54,93%, encontra-se na ‘Fase de Validação’, as quais suas tecnologias passam por testes rigorosos para confirmar que seus princípios fundamentais funcionam sob condições especificadas.
Na ‘Fase de Tração”, onde estão localizadas 19,72% das empresas, os produtos ou serviços começam a ganhar aceitação constante e um maior uso no mercado, sinalizando os estágios iniciais de crescimento e adoção pelo cliente.
Na sequência, com 18,31%, a ‘Fase de Escala’ reúne as startups com tecnologias totalmente desenvolvidas, com modelos e protótipos já testados e validados em ambientes reais.
A ‘Fase de Ideação’ é o menor segmento com 7,04%. Aqui, as startups concentram-se na conceituação e exploração de soluções tecnológicas potenciais, a partir da exploração preliminar de conceitos viáveis.
Fonte: Sindusfarma
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