Exame
Jornalista: José Alberto Gonçalves Pereira
11/11/19 - A água é um dos insumos mais estratégicos da indústria farmacêutica, que a utiliza intensivamente em suas fábricas. Além da produção de gotas, xaropes e suspensões, há outras aplicações da água menos conhecidas do público, como na limpeza das unidades fabris e nas torres de resfriamento. São razões mais do que suficientes para adotar um plano de eficiência hídrica. Foi o que fez a Eurofarma, primeira farmacêutica com 100% de capital nacional a expandir suas atividades no exterior — tem três fábricas no Brasil e seis em outros países da América Latina. A reciclagem e o reúso da água são ações centrais na política de sustentabilidade da empresa, que atua nas áreas de medicamentos com prescrição médica ou isentos de prescrição, genéricos, oncologia e veterinária. No ano passado, o volume de água reciclada e reutilizada nas fábricas de Itape-vi e de Ribeirão Preto, no estado de São Paulo, aumentou 27% em relação a 2017 e 72% em comparação com 2016.
A eficiência hídrica está entre os cinco principais objetivos do programa de gestão ambiental da Eurofarma, cujas iniciativas são voltadas para o consumo e para o reúso de água. “Com metas e indicadores relacionados à redução do consumo e levando em conta o volume de produção, temos um robusto sistema de tratamento
e reúso implantado em 2012 em Itapevi e adotado em larga escala em 2016 em Ribeirão Preto”, diz Maria Del Pilar Munõz, vice-presidente de sustentabilidade e novos negócios da companhia. O reúso de água na unidade de Itapevi deverá ser ampliado no segundo semestre de 2020, quando a empresa planeja substituir 100% da água potável utilizada nas torres de resfriamento por água derivada da filtragem de efluentes líquidos. Para tornar a medida viável, está investindo 4 milhões de reais em um sistema de osmose reversa — uma técnica de purificação da água — na estação de tratamento de efluentes.
Nos próximos dez anos, uma das metas é diminuir o consumo de água por unidade produzida. De 2017 para 2018, o indicador foi reduzido de 0,95 para 0,92 metro cúbico de água por 1000 unidades de medicamento fabricadas. “Queremos estar sempre um passo à frente das regulamentações e em linha com as melhores práticas do mundo”, afirma Maurizio Billi, presidente da Eurofarma. Como sobra muita água de reúso na fábrica de Itapevi, a Eurofarma fez parcerias com o grupo Estre, de serviços ambientais, e com as prefeituras de Itapevi e Jandira para a doação do excedente a atividades diversas, como limpeza de prédios. No ano passado, o volume de água doada cresceu 54%, superando 14 milhões de litros.
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