Hipertensão arterial: A Sociedade Brasileira de Hipertensão e a World Hypertension League acabam de lançar uma série de recomendações aos médicos e profissionais de saúde, com o objetivo de tentar reverter a incidência da HA no País. Denominado de Call to Action, o documento traz, de forma didáticas as melhores condutas para o dia a dia da assistência aos pacientes.
Dados
No Brasil, a hipertensão arterial – HA atinge 32,5% (36 milhões) de indivíduos adultos, mais de 60% dos idosos, contribuindo direta ou indiretamente para 50% das mortes por doença cardiovascular (DCV). Junto ao Diabetes Mellitus, suas complicações (cardíacas, renais e AVE) têm impacto elevado na perda da produtividade do trabalho e da renda familiar, estimada em US$ 4,18 bilhões entre 2006 e 2015. Em 2013 ocorreram 1.138.670 óbitos, 339.672 dos quais (29,8%) decorrentes de DCV, a principal causa de morte no País. O Sistema Único de Saúde é responsável por 80% dos atendimentos em suas 35.000 Unidades Básicas de Saúde.
Condutas
Intervenções simples para a Hipertensão arterial são possíveis em todos os contextos e podem fortalecer a atenção primária, pondera a SBH. Há evidências de que políticas baseadas em evidências são essenciais para a prevenção, como as mudanças de estilo de vida. As intervenções na HA podem ser modelo para o controle de outros fatores de risco para doença não transmissível. Confira a seguir os prontos do Call to Action.
SEGUIR AS MELHORES PRÁTICAS
• Manter‐se atualizados com os padrões globais na prevenção e controle da hipertensão arterial.
• Medir a pressão arterial em todas as consultas clínicas relevantes.
• Promover, adquirir, e reforçar o uso de monitores validados para a medida da pressão arterial mais precisa da mesma.
• Avaliar o risco cardiovascular de forma objetiva, e verificar a presença de lesão de órgãos‐alvo nos pacientes diagnosticados com hipertensão arterial. Tratar todos os riscos cardiovasculares por padrões reconhecidos nacional e internacionalmente.
• Utilizar um algoritmo de orientação simples no diagnóstico e tratamento da hipertensão em todos os
pacientes, exceto naqueles que não são adequados para o algoritmo ou com contraindicações.
• Aperfeiçoar os cuidados com foco no paciente, utilizando uma abordagem baseada em equipe, empregando profissionais de saúde não médicos para medida da pressão arterial e realização de outras tarefas.
• Tratar os indivíduos que apresentem pressão arterial de 160/100 mmHg, ou acima, imediatamente, com mudança no estilo de vida e medicação.
• Avaliar, regularmente, a adesão do paciente, e utilizar registros com relato do desempenho.
•Avaliar o paciente quanto à dieta, uso de tabaco, álcool, atividade física e obesidade; e fornecer orientação individualizada, incluindo a parada do tabagismo e redução do consumo de álcool.
• Participar de programas de triagem na comunidade, para medida da pressão arterial, tais como May Measurement Month [Maio Mês da Medida] e Dia Mundial da Hipertensão (17 de maio).
ENVOLVER A ASSISTÊNCIA BÁSICA
• Garantir que os profissionais da atenção primária tenham papel central nas estratégias de controle da
hipertensão.
• Desenvolver programas de educação que tenham como foco intervenções‐chave, incluindo o uso de tecnologia, para controle sistemático da hipertensão arterial.
• Fornecer ao paciente os dados de monitoramento domiciliar da pressão arterial, para aumentar a adesão e reduzir a inércia terapêutica.
EMPODERAMENTO DOS PACIENTES
Encorajar os pacientes para:
• Seguir estilos de vida saudáveis.
• Ter a pressão arterial verificada regularmente, conhecer, e entender seus números.
• Criar uma rotina para a medicação, monitorar as medicações, e adesão ao tratamento.
• Conectar‐se com os profissionais de saúde por meio de ferramentas digitais e móveis.
• Manter redes sociais de apoio, visto que elas podem melhorar a eficácia do tratamento.
RECONHECER E RECOMPENSAR
• Reconhecer programas e indivíduos, superando as barreiras e melhorando os resultados.
• Indicar programas merecedores, representantes dos programas, assim como indivíduos, para o recebimento de prêmio de reconhecimento da Liga Mundial de Hipertensão e Sociedade Internacional de Hipertensão.
DEFENDER
• Políticas que promovam dietas saudáveis, facilitam a atividade física, reduzam o sódio, diminuam o consume prejudicial de álcool, e eliminem o tabagismo e o uso de gordura trans artificial.
• Políticas que assegurem a venda e uso de monitores de pressão arterial automáticos, validados.
• Atualização dos formulários nacionais de medicamentos para garantir a disponibilidade e acessibilidade de medicamentos anti‐hipertensivos de alta qualidade; com ênfase na combinação de medicações em comprimido único de longa ação.
• Treinamento e certificação regular dos profissionais de saúde que fazem a medida de pressão arterial
regularmente.
•Cuidados com foco no paciente, baseados no trabalho de equipe.
• Uso de registros da hipertensão arterial para acompanhamento clínico e retorno do grau de desempenho.
Fonte: Acontece
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