Gustavo Sales/Câmara dos Deputados

Audiência Pública – O Uso da Tecnologia no Enfrentamento à COVID19. Dep. Carmen Zanotto(CIDADANIA - SC) e dep. Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP - RJ)

Dr. Luiz Antônio Teixeira Jr. (C) prometeu atuar para agilizar a chegada de insumos importados para a fabricação de analgésicos - Fonte: Agência Câmara de Notícias

Ministério da Saúde afirma que buscou requisitar medicamentos para a rede pública sem prejudicar contratos em vigor

by Agência Câmara de Notícias - Reportagem - Sílvia Mugnatto - Edição - Geórgia Moraes

Em audiência na comissão externa da Câmara que acompanha o combate à pandemia, hospitais privados disseram que as requisições de medicamentos do chamado ‘kit intubação’ para a Covid-19 por parte do Ministério da Saúde prejudicaram os contratos com a indústria farmacêutica. O secretário de Atenção Especializada à Saúde do ministério, coronel Luiz Otávio Franco Duarte, disse que ele buscou requisitar medicamentos para a rede pública de maneira que os contratos em vigor não fossem prejudicados. As informações são da Agência Câmara.

O diretor do laboratório Cristália, Odilon Costa, disse que a produção está sendo vendida em uma negociação diária com cada interessado para que não falte para os demais. O laboratório é um dos maiores fabricantes de anestésicos do País, mas segundo o diretor, não há estoque, e a produção atual não dá conta da demanda. Ele explicou que a requisição do governo para a rede pública foi feita com base em uma disponibilidade de momento, retirando um pouco de vários contratos em andamento. Mas, segundo ele, a demanda cresceu ainda mais.

O presidente do Sindusfarma, Nelson Mussolini, defendeu a negociação caso-a-caso para evitar desabastecimentos pontuais e afirmou que requisições administrativas atrapalham a logística da indústria farmacêutica. “Nós sabemos fazer duas coisas bem feitas no nosso negócio. A gente tem a sensibilidade na ponta do dedo sobre a quem entregar, como entregar e a rapidez que cada um precisa. Quando se tira isso da gente, ficamos um pouco sem chão”, afirma

O executivo disse que não será possível fazer estoques com importação como havia sugerido o secretário Franco Duarte. Segundo ele, o problema de abastecimento é mundial. O presidente do Sindusfarma sugeriu à comissão que peça prioridade de vacinação para os trabalhadores das empresas farmacêuticas, porque eles estão trabalhando todos os dias, 24 horas, e cada falta causa prejuízos.

Mussolini pediu ainda que o Ministério da Saúde atualize os protocolos para intubação, de forma a reduzir a necessidade de medicamentos. Os fabricantes relataram que estão aumentando a produção com novas unidades produtoras. Mas, em alguns casos, como no do medicamento midazolam, um indutor de sono, tem faltado o Ingrediente Farmacêutico Ativo (IFA), importado. Alguns também citaram falta de ampolas de vidro.

O presidente da Comissão, deputado Dr. Luiz Antonio Teixeira Jr. (PP-RJ) , prometeu atuar para agilizar a chegada de IFA. “Assim como temos feito com a vacina, também faremos com os insumos para a indústria farmacêutica, pedindo direto no Ministério de Relações Exteriores e, se for necessário, falamos com presidentes de congressos de cada um dos países para ajudar na questão”.

Rede de comunicação

O secretário Franco Duarte explicou que fez várias requisições pontuais de medicamentos, visitando cada empresa, e que não teria como prever a falta de remédios para aqueles hospitais que não tinham contratos ativos com a indústria. Mas afirmou que os hospitais precisam criar uma rede de comunicação para empréstimos de medicamentos para resolver situações de emergência.

O presidente da Confederação Nacional de Saúde, Breno Monteiro, citou o exemplo de um hospital privado do Pará, que desde o dia 16 de março não consegue comprar medicamentos. Os representantes de hospitais privados também reclamaram de diversos tipos de autorizações necessárias para a importação de medicamentos. Os representantes da Anvisa informaram que ainda nesta semana haverá uma solução para o problema.

Leonardo Barberos, da Federação Brasileira de Hospitais, disse que alguns hospitais de pequeno porte têm tido de fechar leitos de UTI por falta de medicação. E citou aumentos de preços de medicamentos em até 2.200%.

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