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Ray Kurzweil, que tem um histórico considerável de previsões tecnológicas concretizadas, diz que a imortalidade está chegando
Por Flavia Correia, editado por Bruno Capozzi | Olhar Digital
Com um histórico razoável de previsões tecnológicas posteriormente confirmadas no currículo, o cientista da computação e futurista norte-americano Ray Kurzweil diz que os seres humanos podem conquistar a imortalidade até o fim desta década. Segundo ele, isso está atrelado ao alcance da singularidade entre a inteligência efetiva e a artificial.
Vamos, primeiro, recapitular as projeções do “visionário”:
- Em 1990, Ray Kurzweil anteviu que um computador venceria humanos campeões mundiais de xadrez até o ano 2000;
- A primeira vez que isso aconteceu foi em 11 de maio de 1997, quando o software Deep Blue, desenvolvido pela IBM, derrotou o campeão mundial de xadrez Garry Kasparov em uma partida de seis jogos;
- Foram previstas pelo pesquisador também a ascensão de computadores portáteis e smartphones, a mudança para mais tecnologia sem fio e a explosão da internet – muito antes que tudo isso fosse óbvio para todos;
- Ele afirma que das 147 previsões que fez em 1990 sobre os anos que viriam até 2010, 115 se mostraram “totalmente corretas”, enquanto outras 12 estavam essencialmente corretas e apenas três totalmente erradas;
- Entre as estimativas equivocadas, está a de que carros autônomos estariam em uso até 2009.
Ou seja, conforme destaca o site IFLScience, embora as alegações de imortalidade sejam ousadas (e muito provavelmente erradas), elas pelo menos não são totalmente descartáveis.
Imortalidade depende da “união” entre homem e máquina
Kurzweil vem fazendo previsões audaciosas como essa há algum tempo. “2029 é a data consistente que previ para quando uma IA passará por um teste de Turing válido e, portanto, alcançará níveis humanos de inteligência”, disse ele ao site Futurism em 2017. “Eu estabeleci a data de 2045 para a ‘singularidade’, que é quando multiplicaremos nossa inteligência efetiva um bilhão de vezes fundindo-nos com a inteligência que criamos”.
Em termos de imortalidade, Kurzweil acredita que, até 2030, seremos capazes de “aumentar a expectativa de vida humana em mais de um ano a cada ano”. Depois de 15 anos, com o alcance da singularidade, muitos de nós poderão ter “nanobots fluindo através da corrente sanguínea, fazendo reparos e ligando nosso cérebro à nuvem”.
Concepção artística de singularidade homem-máquina. Crédito: Evgon – Shutterstock
Segundo Kurzweil, quando isso acontecer, poderemos enviar dados diretamente de nossos cérebros, bem como fazer backup de nossas memórias. Ele acredita que este é o primeiro passo em direção a nos tornarmos “divinos”.
“Vamos ser mais engraçados. Vamos ser mais sexy. Vamos ser melhores em expressar sentimentos amorosos. Se eu quiser acessar 10 mil computadores por dois segundos, posso fazer isso sem fio, e meu poder computacional se multiplica na nuvem dez mil vezes. É isso que vamos fazer com o nosso neocórtex!”, profetiza o empolgado pesquisador.
Os nanobots têm sido usados para entregar cargas de medicamentos em tumores cerebrais, mas sem avanços significativos nos próximos anos, é difícil ver como poderíamos chegar tão rápido a esse ponto vislumbrado por Kurzweil.
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