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O Hoje
Redação
A Associação da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo) divulgou que um terço dos dentes implantados no Brasil é feito com material falsificado. Mais barato que o original, o produto falsificado pode trazer sérios problemas de processos infecciosos, oferecendo risco à saúde do paciente.
A produção de implantes é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), porém nem sempre existe a possibilidade de rastrear de qual lugar veio o produto e isso dificulta todo o trabalho de fiscalização, sendo que as mercadorias ilegais são vendidas por valores até 60% mais baixos.
No ano de 2017 foram realizadas três operações da Anvisa contra a falsificação de implantes. Nelas foram apreendidos mais de 500 mil produtos sem registro. Para conseguir o registro da agência, os implantes dentários passam por uma série de testes, entre eles, estão medidas a resistência e a esterilidade das peças. O material também é desenvolvido para não causar rejeição.
Segundo a Abimo devido à falta de uma adequada esterilização ou ausência de matéria-prima qualificada, pode haver rejeição dos implantes dentários falsificados. “O que acontece são mais chances de complicações que podem levar à perda do implante, por ele não se integrar ao osso como deveria. O implante devidamente osseointegrado deve ser estável, sem dor nem inflamação. Além disso, a prótese deve estar firme ao mastigar”, alerta.
Leonardo diz ainda que o paciente também está sujeito a infecções que podem resultar na extração do implante dentário com perda de massa óssea, gerando a necessidade de um enxerto ósseo e complicações sérias que podem, inclusive, nunca mais ser possível uma reabilitação naquela região, ou seja, condenando o paciente a conviver eternamente com as temidas próteses móveis ou dentaduras.
Para evitar ser vítima de implantes dentários falsificados, o dentista afirma que a principal ferramenta é encontrar bons profissionais ou clínicas que tem história na especialidade dos implantes dentários. “Procure evidências da qualificação deste profissional, que deve ter uma especialização na área e estar devidamente registrado no Conselho Regional de Odontologia (CRO) como especialista em implantodontia”, orienta.
Assim, ele explica que há um risco menor de que esse profissional tenha uma conduta incorreta. “Lembre-se que é dever do paciente se certificar de que o profissional escolhido está devidamente registrado no CRO. Uma maneira prática de checar essa informação é acessando o site do Conselho. Lá, deve constar uma lista de todos os odontologistas cadastrados”, diz.
style="display:block; text-align:center;" data-ad-layout="in-article" data-ad-format="fluid" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="1871484486">Outra forma de checar a procedência de um implante é por meio da Anvisa. O produto original tem uma sequência de 11 números, sendo que os sete primeiros são referentes ao número de autorização de funcionamento do fabricante. Os quatro últimos estão relacionados à concessão da empresa fabricante. “Com o código em mãos, acesse o site da Anvisa, escolha a opção “consulta” e depois “produtos para a saúde”. Lá, você poderá colocar o código que tem em mãos e consultar a procedência do implante”, completa.
“Não fique constrangido em querer investigar a qualidade dos produtos utilizados pelo profissional. Desconfie de valores muito baixos, fora da realidade de mercado. Muitos pacientes preferem assumir o risco de possíveis problemas de saúde para economizar, mas quando surgirem conseqüências, os gastos serão ainda maiores. O implante dentário falsificado, além de pesar no bolso depois, causa transtornos na vida do paciente”.
A falsificação de implantes é crime hediondo, previsto no artigo nº 273, do Código Penal, podendo levar o falsificador a pegar de 10 a 15 anos de prisão, uma vez que a prática traz sérios riscos à saúde.
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