A indústria farmacêutica deve redobrar os esforços para criar medicamentos inovadores que prolonguem a vida das pessoas e para colaborar com a melhora ao acesso a tratamentos na América Latina, de acordo com alguns especialistas que estiveram nesta quinta-feira no Roche Press Day, fórum anual de educação em jornalismo científico e de saúde realizado nesta semana em São Paulo.
“A indústria pode trabalhar, como fez até agora, para gerar tratamentos que prolonguem a vida ou inclusive que consigam a cura do câncer, porque até agora para vários tipos não existe cura”, disse Rolf Hoenger, que dirige a Roche na América Latina, à Agência Efe.
O executivo destacou que a ciência conseguiu até agora levar esperanças aos pacientes, que encontraram em tratamentos personalizados e inovadoros a cura de doenças que antes representavam uma sentença de morte.
“É o caso do câncer de mama. Agora, 80% das mulheres que têm a doença e se tratam oportunamente conseguem sobreviver”, afirmou.
Hoenger disse ainda que o desafio principal agora é conseguir que mais pacientes obtenham estes benefícios, embora isso também dependa do tipo da doença.
De acordo com o executivo, a indústria deve ter um papel fundamental na geração de consciência na sociedade e na colaboração com dirigentes da área da saúde para levar os melhores tratamentos possíveis aos pacientes.
“Se não existe consciência nos pacientes, é difícil que busquem um diagnóstico, mas quando o fazem, enfrentam a possibilidade de que os serviços não estejam disponíveis para eles, o que faz com que percam tempo valioso no início do tratamento”, lamentou.
Hoenger lembrou que um câncer de mama tratado de maneira oportuna é 100% curável, o que não só favorece as pacientes, que podem viver mais, como também o sistema de saúde, que gasta menos.
“Em estágios iniciais, os gastos com uma paciente com este tipo de doença são de 25% em relação ao que se gastaria quando é detectada em uma fase metastática”, apontou.
No entanto, ele acrescentou que o desafio é amplo, já que é necessário analisar os problemas de cada país para detectar as necessidades locais e buscar as soluções adequadas.
“É preciso fazer uma análise cidade por cidade, país por país, para que, junto com os governos, vejamos quais são os problemas e como resolvê-los, para que assim possamos conseguir melhores resultados”, afirmou.
Hoenger também disse que uma das contribuições mais importantes feita por empresas como a Roche aos sistemas de saúde é a coleta de dados, pois ainda existe carência neste campo.
Sobre este tema, Lenio Alvarenga, diretor médico da Roche Farma Brasil, destacou a importância de que os dados sejam obtidos, pois, ao serem analisados, “permitem que se atenda melhor as necessidades dos pacientes”.
Essas análises levaram a que, atualmente, tenham sido identificadas as mutações que existem em doenças como o câncer de mama e de pulmão.
“No entanto, a nossa ideia é aumentar o conhecimento, consolidar a qualidade de dados dos pacientes e incidir em outras doenças”, declarou.
“Estamos vendo que cada vez mais tipos de câncer são controláveis, mas devemos continuar trabalhando e fazendo esforços para que cada vez menos pessoas morram por esta doença”, finalizou.
Fonte: BOL
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