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Valor Econômico 
Jornalista: Rosangela Capozoli


31/07/20 - O Brasil tem cerca de 29,8 milhões de habitantes com mais de 60 anos. Até 2050 o número pode dobrar. O aumento da longevidade tem reflexos diretos no bolso do cidadão e no caixa do governo. Em média, a partir de 65 anos o brasileiro sofre de quatro doenças crônicas, podendo chegar a seis a partir dos 75 anos. Além disso, mais de 42% dos sexagenários tomam, em média, mais de cinco medicamentos por dia. Os dados constam do Estudo de Mercado Institucional da IQVIA, auditoria especializada no varejo farmacêutico.

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Na esteira do rápido envelhecimento, a indústria farmacêutica registra um significativo crescimento nas vendas. Um quarto do faturamento do setor vem dos mais velhos. “Cerca de 25% da receita obtida pelo canal farmácia vem da compra de medicamentos para idosos”, afirma Nelson Mussolini, presidente executivo do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).

Segundo Mussolini, esse faturamento, que em 2019 atingiu R$ 74 bilhões, neste ano deve ficar entre R$ 78 bilhões e R$ 80 bilhões. “O consumo de remédios destinados a esta faixa de idade cresce, em média, 10% ao ano, e a tendência é de em 2021 subir para 12%”, diz. O maior gasto é com remédios para doenças crônicas adquiridas, como diabetes e pressão arterial, além de enfermidades do sistema nervoso central.

A covid-19, no entanto, deverá reduzir o índice em vendas de unidades. Essa desaceleração, segundo ele, se deve ao uso de máscaras e ao confinamento social, que inibiram as gripes e resfriados. “Os medicamentos antigripais tiveram forte demanda no primeiro trimestre e agora estão em queda. Com isso o crescimento cai pela metade, ou no máximo alcança 8% em vendas de unidades”, afirma.

Alexandre dos Santos, diretor associado da IQVIA, destaca que o brasileiro está mais preocupado com o autocuidado. “O paciente está mais exigente e preparado para o autocuidado e tem mais foco em prevenção”, afirma.

Outra fonte de receita da indústria que tem a ver com o envelhecimento são as compras do governo. Segundo o presidente, os gastos têm se mantido entre R$ 13,5 e R$ 15 bilhões ao ano. “As compras dos hospitais e governo geram receita de R$ 20 bilhões”, afirma. A demanda governamental, segundo ele, seguirá o ritmo de crescimento entre 3% a 5% nos próximos anos. O aumento da população e, principalmente, o seu envelhecimento, exigirão expansão de recursos de R$ 10,6 bilhões nos gastos governamentais com a área até 2027, de acordo com cálculos do Tesouro.

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