Remédios para o tratamento de pessoas com hipertensão, como a losartana, e produtos vitamínicos, como a vitamina C, já estão em falta em algumas farmácias do Espírito Santo devido à crise no abastecimento de insumos provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
O presidente do Sindicato de Comércio Varejista de Produtos Farmacêuticos do Estado (Sincofaes), Edson Daniel Marchiori, explicou que isso se deve à queda na venda de insumos especialmente vindos da China e da Índia.
“A losartana, por exemplo, é um medicamento para hipertensão de uso contínuo, subsidiado pelo governo federal para a farmácia popular. A falta dela vai acarretar um problema. E se os produtores buscarem comprar de outros países, pode ser que o preço aumente. Mais uma semana e medicamentos para outras doenças também podem começar a faltar nas farmácias”, destacou Edson.
Enquanto os chineses, aos poucos, vão retomando suas atividades econômicas, a Índia, no último dia 24, decretou quarentena total por 21 dias (até 14 de abril), para seus 1,3 bilhão de habitantes.
O presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo (Findes), Leonardo de Castro, disse que os maiores esforços, no momento, são para manter toda a cadeia de setores essenciais funcionando, que seriam as de alimentos, produtos de higiene e hospitalares.
“Há um movimento grande de solidariedade geral para resolver problemas pontuais, falta um caminhão, transporte, um determinado item, para poder um ajudar o outro e não deixar faltar para as cadeias essenciais, essas não podem parar”, disse.
Apesar da falta de insumos em setores como o de panificação e massas, o presidente do Sindicato da Indústria da Panificação e Confeitaria do Estado do Espírito Santo (Sindipães), Luiz Carlos de Almeida, negou o desabastecimento.“Queremos que as coisas voltem ao normal, a nossa venda foi muito afetada”, disse Luiz Carlos.
Já o presidente do Sindicato do Comércio Atacadistas e Distribuidor do Espírito Santo (Sincades), Idalberto Moro, afirmou que “no que diz respeito ao produto acabado, não há falta, não há desabastecimento. Até álcool em gel e papel higiênico já normalizou”.
Farmacêutico
Insumos para a produção de remédios usados no combate à hipertensão e outros que permitem a fabricação de vitaminas já se encontram em falta no mercado devido à quarentena imposta em países como a China e a Índia, principais fornecedores.
Panificação
O setor está sentindo uma queda de cerca de 30% nos insumos fundamentais para a produção de pães, biscoitos, bolos e etc, também por conta da alta do dólar, já que a farinha de trigo é diretamente relacionada à exportação.
Massas
O impacto no setor em relação a insumos se dá também devido ao preço da farinha de trigo, diretamente vinculado ao dólar. Outro impacto negativo é na logística, já que os caminhoneiros não estão conseguindo transitar por algumas rodovias. Os lugares onde eles podem parar para se alimentar ou se hospedar estão fechados, na maioria das localidades.
Laticínio
Se o cenário da pandemia permanecer por mais 20 ou 30 dias, o setor poderá entrar em recessão, pois depende essencialmente de insumos, como aromatizantes, que são produtos importados.
Frigorífico
O setor frigorífico de carnes está tendo problemas de insumos na ordem de 30% negativos, pois muitas dessas matérias-primas vêm de fora do Estado.
Ração
Este setor depende diretamente do setor frigorífico para a fabricação de ração. Como o setor frigorífico reduziu sua produção, isso tem um impacto negativo de ração e produtos alimentícios nas lojas de pets.
Vestuário
Estava sofrendo restrições antes mesmo de o novo coronavírus chegar ao Brasil. Desde que a crise se instalou na China, há três meses, faltam insumos básicos como o algodão e os tecidos sintéticos. Os navios não puderam desembarcar nos portos e, por consequência, não houve abastecimento dos contêineres.
Fonte: Arandu News
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