A Índia está prestes a lançar o primeiro contraceptivo injetável para homens. Os pesquisadores do país terminaram os testes clínicos e aguardam que o Controlador Geral de Remédios Indianos aprove a fabricação, o que pode levar cerca de sete meses.
Os estudos começaram em 1984. O contraceptivo é uma injeção que, aplicada na região próxima aos testículos, inibe a produção de espermatozoides. A técnica dura cerca de 13 anos e é reversível.
A ideia dos pesquisadores é que o método, chamado inibição reversível do espermatozóide sob orientação, substitua a vasectomia, único método de esterilização masculina existente até hoje.
Em entrevista ao Hindustan Times, o cientista sênior do Conselho Médico de Pesquisa Indiano (ICMR), que lidera os testes, R. S. Sharma, disse que o produto está pronto e é eficiente.
“Foram feitos testes em 303 voluntários, com taxa de sucesso de 97,3% e sem efeitos colaterais. O produto pode ser denominado, com segurança, o primeiro contraceptivo masculino do mundo”, afirmou.
Outras pesquisas
Nos Estados Unidos, está em andamento uma pesquisa para um novo anticoncepcional masculino, em forma de pílula. Os resultados preliminares do estudo foram apresentados na 100ª reunião anual da Sociedade de Endocrinologia em Chicago, Illinois, em 2018.
“Muitos homens dizem que prefeririam uma pílula diária como um contraceptivo reversível, em vez de injeções de ação prolongada ou géis tópicos, que também estão em desenvolvimento”, explicou a pesquisadora sênior, Stephanie Page, professora de medicina na Universidade de Washington, em comunicado à imprensa.
Outros estudos também já foram feitos, mas acabaram por ser interrompidos devido aos efeitos colaterais relatados, como alteração de humor. É o caso da pesquisa feita pela Fundação Bill e Melinda Gates e por agências da Oragnização das Nações Unidas (ONU).
A contracepção
Historicamente, a contracepção é uma responsabilidade atribuída às mulheres. De acordo com um relatório publicado pela ONU em 2015, 64% das mulheres usam métodos anticoncepcionais para não engravidar.
No caso do Brasil, esse número chega a 79%. Mas, mesmo assim, mais de 55% das gravidezes são indesejadas, segundo uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz. Os métodos contraceptivos mais usados são a pílula anticoncepcional, a camisinha e a vasectomia.
Fonte: Gazeta do Mato Grosso
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