by Silvia Souza | Febrafar
Inovação-farmacêutico
Entender o comportamento de consumo por meio de dados é um diferencial.
Em paralelo ao Conexão Farma, a Associação Brasileira de Distribuição e Logística de Produtos Farmacêuticos (Abradilan), realiza, tradicionalmente, o Encontro de Líderes, evento exclusivo para associados, sócios colaboradores e convidados.
Neste ano, contudo, debates importantes estiveram em pauta.
Dessa maneira, os temas conduzidos pelos profissionais mais renomados do mercado deram uma ampla visão do comportamento do segmento farmacêutico.
E de toda a economia crescentemente digitalizada, inovadora e competitiva nos próximos meses, no que se tem chamado, então, de pós-pandemia.
Biolab
O CEO da Biolab, Cleiton de Castro Marques, disse que a desorganização global, principalmente na área de transportes, suspensão de voos comerciais, causou, então, uma preocupação no que diz respeito ao abastecimento da cadeia de suprimentos.
Todavia, a indústria conseguiu atender de forma muito significativa e relevante as necessidades do momento, de acordo com ele, houve um rompimento muito pontual, que refletiu pouco no mercado.
“Hoje, ainda há uma desorganização, falta de containers, sobra em alguns países e falta em outros, a reorganização ainda leva um tempo, tem um período de adaptação, além disso, há uma pressão de preços, principalmente pela Guerra da Rússia e da Ucrânia, não só ela, mas mesmo assim, não houve qualquer tipo de desabastecimento.”
Marques pontuou ainda que a inflação do Brasil neste ano será menor do que a do mercado americano. “Vamos importar inflação. Em termos de contato, o Brasil está muito bem, o nível de serviços espetacular, há rapidez na entrega dos suprimentos.”
Ele ressaltou que um aprendizado muito importante é que cada indústria está procurando seu caminho e inovação é uma questão de sobrevivência da indústria.
IQVIA
O presidente da IQVIA para a América Latina, Nilton Paletta, destacou em sua fala a importância, então, do envelhecimento da população e todas as oportunidades que ele traz.
“Hoje, vivemos em média 76 anos. Se a gente olhar em termos, então, de crescimento do mercado farmacêutico, ‘no retail’, isso vai ter um impacto muito grande.”
Para que as decisões sejam, portanto, as mais assertivas possíveis no futuro, Paletta disse que os dados são fundamentais.
“Temos mais de 180 ofertas/mês, como definir, então, uma força de vendas no modelo híbrido, por exemplo, são muitos dados e muita informação legal para o atendimento de 84 mil farmácias ativas, de certa forma é o consumo que acontece em algum lugar, a tendência não é a de que haja uma involução, além disso, tivemos a migração das capitais para o interior, o que se configura como uma tendência.”
O executivo fez um alerta importante, que deve ser levado em consideração pelos líderes do canal farma.
A retomada do emprego, a formalização da carteira de trabalho traz mais planos de saúde e, consequentemente, mais consumo. “É preciso entender como esse consumidor se comporta e o que está acontecendo.”
Febrafar
Já o presidente da Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (Febrafar), Edison Tamascia, complementou dizendo, portanto, que entender e fazer no presente tudo o que for necessário para viver o futuro, no entanto, quando a pandemia chegou, não sabíamos o quanto era precisa, então, evoluir.
Já no que diz respeito à digitalização, ele foi enfático ao dizer que ela não se aplica a todos.
“Não podemos pensar que o Brasil inteiro se resume à uma realidade vista da Avenida Faria Lima de São Paulo, por exemplo, tem outros processos muito mais importantes. O e-commerce é a última etapa da preocupação. Como teremos market places, aplicativos (apps) como Rappi ou Ifood vendendo medicamentos a 19% de comissão? É uma conta que não fecha, como você vai pagar 19% para alguém fazer uma venda para você? Se isso acontecer, precisaremos reinventar o negócio, o atual não funcionará mais. O que é mais urgente atualmente é pensar nos processos de digitalização dos processos da farmácia, para melhorar a rentabilidade dos negócios. Discussões de e-commerce e market places são muito perigosas e não é o caminho que eu gostaria de ver para o mercado farmacêutico. Ainda temos 50 mil farmácias desprovidas de alguém para olhar para elas.”
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