"O ser humano na direção, liderando processos, suportado pela inteligência artificial resultará na melhor decisão", avalia Alexandre Gibim (Foto: Divulgação)

Para Alexandre Gibim, as máquinas não irão substituir, mas dar produtividade e ajuda aos trabalhadores humanos na área de saúde

Época Negócios
O desenvolvimento da tecnologia em diversos setores trouxe, junto aos inúmeros avanços, uma incerteza: quais trabalhos poderão ser inteiramente automatizados – e quando. Na saúde, no entanto, a ameaça de ter os seres humanos completamente substituídos por máquinas e robôs soa infundada. "Chegaremos ao dia em que a inteligência artificial irá suportar os médicos na tomada de decisão. A nossa visão é que o ser humano na direção, liderando processos, com o suporte da IA será a combinação que resultará na melhor decisão, seja para o paciente ou para o sistema de saúde", afirma o presidente do grupo farmacêutico Novartis Brasil, Alexandre Gibim.

Para a realidade brasileira, Gibim avalia que ainda é cedo para falar sobre o uso de IA em larga escala. "Isso porque a tecnologia só funciona bem quando existem bancos de dados robustos", explica. No entanto, o presidente da Novartis Brasil acredita que a tecnologia terá um papel fundamental para auxiliar os médicos a se manterem atualizados sobre as inovações que são geradas em segmentos como oncologia, por exemplo. "Com o número de publicações, eventos e estudos clínicos, é praticamente impossível hoje para um ser humano acompanhar toda a inovação", afirma. "Imagino que um dia o médico, cuidando de outro ser humano, terá acesso a um sistema de IA que apresentará a ele a literatura dos últimos cinco anos em relação ao perfil daquele paciente que ele está atendendo. Os sistemas de IA irão municiá-lo de informações e recomendações para que ele tome a melhor decisão."

Outra tecnologia que promete revolucionar a saúde como conhecemos, segundo Gibim, é o big data. "Hoje já existem algumas máquinas que estão substituindo o radiologista na leitura da imagem. Baseadas em big data, essas máquinas têm um banco de dados tão grande que já estão fazendo esse trabalho", explica. Para o Brasil poder “embarcar nessa jornada”, é preciso “melhorar muito a qualidade dos nossos bancos de dados”. “Precisamos equacionar e sistematizar a metodologia de captura de dados, enfrentando e inclusive regulamentando dilemas éticos, uma vez que estamos falando de dados de indivíduos”. Para Gibim, essa é “definitivamente a primeira jornada do país em big data”.

Investimentos

Liderando a companhia que atua há 80 anos no Brasil, Gibim destaca a crença de que "os dados de digital vão revolucionar a área da saúde da mesma maneira que revolucionou outros segmentos". Atualmente, a inovação para a Novartis vem através de investimentos em pesquisa e desenvolvimento.


Nos últimos três anos, a companhia investiu um total de R$ 222 milhões em pesquisa clínica no país, atuando com mais de 300 centros de pesquisa. Para os próximos cinco anos, o compromisso é de investir R$ 1 bilhão. "Nesse período, nós faremos por ano o que fizemos nos últimos três anos", explica. Com o aporte, a Novartis lançará 50 novos produtos no mercado – em áreas como oncologia, neurociência e doenças raras.

“Algumas das tecnologias que estamos desenvolvendo já foram lançadas em outras partes do mundo e estão para chegar ao Brasil no intervalo de um ano”, explica Gibim. Um desses produtos é um tratamento para leucemia linfoblástica aguda – doença que afeta principalmente crianças e adolescentes. “É a primeira vez na história da medicina que falamos em terapia genética individualizada”, diz o presidente. Com a tecnologia, é possível reprogramar geneticamente as células T do paciente – responsáveis pela defesa do organismo – para que elas ataquem um “alvo” específico. Com isso, a chance de cura é de 85%. Os lançamentos também incluem uma terapia biológica para enxaqueca, que "irá atuar na causa raíz da doença, e não como um paliativo", e um medicamento para câncer de mama "que basicamente substitui a quimioterapia, com os mesmo benefícios de eficácia e sem os efeitos colaterais".


Enviar-me um e-mail quando as pessoas deixarem os seus comentários –

DikaJob de

Para adicionar comentários, você deve ser membro de DikaJob.

Join DikaJob

Faça seu post no DikaJob