Não se vê a inteligência artificial trabalhando, mas ela pode complementar o diagnóstico dos médicos de forma quase mágica e até antecipar decisões. Ganhar tempo é fundamental.

No Hospital Albert Einstein, São Paulo, existe um Centro de Controle Operacional, onde há um sistema tecnológico movido a inteligência artificial que permite aos profissionais do hospital poderem fazer uma previsão do que vai acontecer com as pessoas que estão acabando de chegar.

“Nós estamos aqui dentro desse centro, acompanhando o que está acontecendo em tempo real no pronto-socorro”, explicou Tatiane Canero, gerente de Apoio Assistencial.

Quando o paciente chega, o sistema consegue calcular a chance de ele ser internado, apenas com os dados coletados no primeiro atendimento, como pulso e pressão.

A inteligência artificial se baseia em um enorme banco de dados de casos anteriores para fornecer uma análise correta. A previsão de acerto é de 90%.

“Ou seja, antes do médico prescrever a internação, numa mediana de 57 minutos, eu já sei que esse paciente vai internar. Então, eu consigo preparar o leito e levar o tempo de espera ao tempo mínimo ou zero”, explicou Tatiane Canero.

No Instituto do Câncer do Ceará, em Fortaleza, onde 70% dos pacientes são atendidos pelo SUS, medicina e tecnologia também andam juntas. Uma plataforma de inteligência artificial, desenvolvida por uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, está ajudando médicos a encontrar o melhor tratamento para pacientes com câncer.

Os dados do paciente e o resultado de exames são inseridos no programa que procura as informações mais atualizadas e relevantes no mundo sobre o tipo de câncer que o paciente tem. A máquina, ao cruzar e analisar em tempo recorde todo este material, propõe opções de tratamento.

“Ele coloca ainda como opção uma cirurgia maior, no contexto da paciente. O interessante é isso, é porque ele direciona o tratamento para a situação dela”, explicou o médico Erick Siqueira Campos de Oliveira.

“Essa megainteligência que vai ajudar o médico no melhor tratamento. Muito bom, você já fica mais tranquila”, contou a paciente Iara Holanda.

Nenhum médico conseguiria obter, sozinho, tantos dados sobre uma doença.

“Nós temos cânceres com quase 700 formas de tratar, dependendo do tipo de câncer”, disse Pedro Menelau, CEO do Instituto do Câncer do Ceará.

“Daí a importância de a gente ter um instrumento que processa esses dados e traz informações validadas, para que a gente possa atuar dentro da decisão terapêutica”, continuou o médico Erick Siqueira Campos de Oliveira.

De volta ao Hospital Albert Einstein, uma sala é uma espécie de central de vigilância. Todas as atividades do hospital são monitoradas 24 horas por dia em tempo real.

“Se existe um paciente com febre e que não foi medicado para febre em meia hora, o sistema vai alarmar. Esse profissional não clínico tem a obrigação de, ao tocar o alarme, entrar em contato com aquela área e saber o que está acontecendo”, explicou Sidney Klajner, presidente do Hospital Israelita Albert Einstein.

A tecnologia tem um papel cada vez maior na medicina. Mas até que ponto estamos dispostos a permitir que algoritmos tomem decisões sobre a vida? Afinal, a máquina sabe tudo sobre a doença, mas não está ao lado da pessoa quando ela mais precisa.

A decisão final sobre um tratamento ainda é dos médicos, com o apoio do paciente.

“Porque, afinal, existem variáveis que não são analisadas e não são vistas pelos cálculos do robô, mas que precisam dessa relação humana”, explicou o médico Erick Siqueira Campos de Oliveira.

“Na verdade, a tecnologia na saúde não é um fim. Ela é um meio. Ela vai ajudar o enfermeiro a ter mais tempo livre para estar junto com o seu doente, à medida que ela consegue executar atividades repetitivas que a máquina pode fazer. E há algumas atividades que só o profissional de saúde pode fazer. E essas não há substituto”, disse Cláudia Laselva, diretora de Operações e Enfermagem.

Fonte: O Globo

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