Sobre a cura do câncer, existe cura e está diretamente relacionada ao estágio em que a doença é diagnosticada
A dra. Lilian Arruda Barros, Oncologista Clínica do IBCC (Instituto Brasileiro de Controle do Câncer) e coordenadora adjunta do Departamento de Oncologia e investigadora do Centro de Pesquisa Clínica do IBCC explica porque alguns oncologistas não utilizam a palavra cura, uma vez que não se pode garantir que jamais haverá o reaparecimento da doença. Na opinião da médica, o paciente deve ser habilmente orientado sobre o estado de remissão de sua doença e que deve se considerar curado após o término do tratamento com hábitos de vida que possam reduzir o risco de recidiva, assim como um seguimento médico adequado.
Sobre a cura do câncer, ela afirma que existe cura e está diretamente relacionada ao estágio em que a doença é diagnosticada. “Quanto mais precoce maiores são as chances de cura, mas também depende do tipo do tumor. Alguns tumores malignos, como de testículo, próstata, mama e tireoide, mesmo que diagnosticados em fase avançada, têm altas taxas de cura, enquanto outros, com comportamento agressivo, se espalham rapidamente para órgãos distantes e possuem maior tendência a retornar mesmo após os tratamentos”, explica a Dra. Lilian Arruda.
Ainda segundo a médica não existe consenso, mas costuma-se considerar curado o paciente que atinge o marco de 5 anos sem evidência de doença após o término do tratamento, pois, após esse período, o risco de recidiva da doença cai consideravelmente. Sobre a diferença entre remissão e cura do câncer, a especialista explica que “o paciente em remissão completa é aquele sem evidência da doença oncológica já tratada. Consideramos curados os pacientes com longos períodos em remissão completa, isto é, sem o reaparecimento da doença”, destaca.
style="display:block" data-ad-format="autorelaxed" data-ad-client="ca-pub-6652631670584205" data-ad-slot="7514086806">Câncer de mama e de próstata
Sendo os cânceres de mama e próstata os mais comum entre mulheres e homens, respectivamente, a médica explica que esses tipos podem apresentar recidivas tardias, isto é, a doença pode voltar após 10 ou 15 anos do término do tratamento. ”Mesmo sabendo que o risco de recidiva é bastante reduzido após o período de 5 anos de remissão completa, não podemos aplicar esse número de maneira rigorosa e conceder o fim do acompanhamento do paciente. Pois esse risco ainda estará presente para, praticamente, todos os tipos de tumores mesmo que diagnosticados em estágios iniciais. Portanto deve ser realizado um controle médico periódico por tempo indeterminado em pacientes tratados de todos os tipos de tumores como câncer de cólon e colo útero (outros dois tumores muito incidentes)”, esclarece.
Cura total e desassossego
É importante que o paciente permaneça confiante no seu tratamento e não viva com o fantasma da recidiva da doença. Por vezes é necessária a ajuda de profissionais (psiquiatra e psicólogo) para evitar ou tratar a depressão e ansiedade, muito comuns durante e após o término do tratamento. Quanto mais precocemente o tumor for diagnosticado e tratado e quanto mais tempo sem evidência de doença menor é o risco da recidiva.
Com base no banco de dados do Instituto Nacional do Câncer Americano, a oncologista exemplifica alguns tumores com excelentes expectativas de cura: a taxa de sobrevida em 5 anos para mulheres com câncer de mama em estágio inicial é perto de 100%; a taxa de sobrevida relativa dos homens com câncer de próstata (incluindo todos os estágios) é de 99%, 98% e 96% em 5, 10 e 15 anos respectivamente; já o câncer de cólon, em estágio inicial, apresenta essa taxa, em 5 anos ,em torno de 92%.
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