A Johnson & Johnson informou na terça-feira que concordou em resolver litígios de opioides com dois condados de Ohio em um acordo que inclui um pagamento combinado de US$ 10 milhões para os dois condados, mais US$ 5 milhões de despesas legais e US$ 5,4 milhões em contribuições para organizações sem fins lucrativos. O acordo com os condados de Cuyahoga e Summit "resolve todas as reivindicações dos condados sem admissão de responsabilidade e retira a empresa do julgamento federal programado para começar em 21 de outubro", afirmou a Johnson & Johnson.
Segundo o fabricante, "comercializamos responsavelmente" os analgésicos opióides Duragesic (fentanil), Nucynta (tapentadol) e Nucynta ER, que "representam menos de 1% do total de prescrições de opioides nos EUA" desde o lançamento dos produtos. A empresa também observou que vendeu seus direitos de marketing nos EUA para a Nucynta em 2015 e não comercializa a Duragesic no país desde 2008.
Em agosto, a Johnson & Johnson perdeu o primeiro caso de opioide julgado, em Oklahoma, onde um juiz ordenou que a empresa pagasse US$ 572 milhões por contribuir com a crise de opioides do estado, embora o procurador-geral nesse caso estivesse buscando indenizações de mais de US$ 17 bilhões (para análises relacionadas, consulte ViewPoints: Perda da Johnson & Johnson no caso de opióides entendida como uma vitória para a indústria ). A empresa recentemente interpôs um recurso para anular a decisão.
No início desta semana, a Mallinckrodt finalizou um acordo com os condados de Cuyahoga e Summit, segundo os quais a farmacêutica pagará US$ 24 milhões em dinheiro e fornecerá US$ 6 milhões em produtos genéricos, incluindo produtos para tratamento de dependência.
A Allergan e a Endo também chegaram a um acordo com os dois condados de US$ 5 milhões e US$ 10 milhões, respectivamente, em relação a reivindicações semelhantes antes do próximo julgamento.
Se o acordo da Johnson & Johnson for aprovado, a Teva seria a única farmacêutica a permanecer no chamado litígio multidistrital, que está programado para ocorrer em Cleveland, Ohio. Os outros réus ainda no caso são os distribuidores AmerisourceBergen, Cardinal Health, Henry Schein e McKesson, além da rede de farmácias Walgreens.
Enquanto isso, a Purdue Pharma anunciou no mês passado que entrou com um pedido de proteção contra falência como parte de um acordo provisório para resolver os processos dos opioides com vários estados dos EUA. Segundo esse contrato, a Purdue disse que provisionou mais de US$ 10 bilhões para enfrentar a crise dos opioides, enquanto os proprietários da empresa, a família Sackler, contribuiriam com um mínimo de US$ 3 bilhões.
Outros fabricantes de produtos de opioides de prescrição também estão olhando para a falência da Purdue como um modelo para resolver os seus próprios processos. Em um comunicado divulgado na terça-feira, a Endo disse que "continua a explorar vários mecanismos globais de liquidação", incluindo "uma construção que poderia ser implementada através do recente pedido de falência da Purdue".
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