Folha de S.Paulo
Colunista: Julio Abramczyk*
04/10/19 - As mortes maternas não deveriam acontecer, mas estão sempre presentes.
Um bom atendimento e um bom controle pré-natal poderiam identificar eventuais problemas de saúde da gestante e também controlar condições crônicas.
Anita Slomski relata na revista médica Jama, da Associação Médica Americana, que nos Estados Unidos morrem cerca de 700 mulheres anualmente até 42 dias depois do parto.
Ana Schuchat, diretora-adjunta do CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças do EUA), destaca que grande parte dessas mortes é evitável e ocorre nas mulheres no período da gravidez associadas às suas gestações.
O Sistema de Vigilância da Mortalidade na Gravidez do CDC registrou 3.410 mortes relacionadas à gravidez entre 2011 e 2015: 30% por eventos cardiovasculares e 60% relacionadas à hipertensão.
De 1 a 42 dias após o parto, mais da metade das mortes ocorreu por acidente vascular cerebral.
O professor Steven Clark, do Baylor College of Medicine, liderou o programa de segurança obstétrica do Hospital Corporation of America, que apresenta elevado número de nascimentos vivos anuais.
A mortalidade materna foi reduzida com dois protocolos: terapia anti-hipertensiva rápida quando a pressão arterial da gestante estiver acima de seu limiar específico e radiografia de tórax de emergência para afastar edema pulmonar quando a gestante apresentar queixa de falta de ar.
(*) Julio Abramczyk é médico, vencedor dos prêmios Esso (Informação Científica) e J.Reis de Divulgação Científica (CNPq).
Comentários