Em um momento em que muitas empresas adotam postura conservadora diante do cenário macroeconômico instável, a Kenvue – gigante de produtos de consumo oriunda da cisão com a Johnson & Johnson – traça um caminho contra a corrente. Segundo Ricardo Wolff, presidente da companhia no Brasil, o plano é claro: crescimento de dois dígitos nos próximos dois anos, com forte expansão no mercado nacional. Informou a Isto É Dinheiro.
A missão é ambiciosa. Em um país conhecido por sua complexidade tributária, instabilidade cambial e desafios logísticos, fazer mais do que simplesmente manter-se relevante é tarefa para poucos. Mas Wolff garante: a Kenvue tem ferramentas, portfólio e estratégia para crescer.
Criada em 2023 após a separação da divisão de consumo da Johnson & Johnson, a Kenvue estreou na Bolsa de Nova York com o código KVUE e movimentou US$ 3,8 bilhões em seu IPO – o maior daquele ano nos Estados Unidos. Com um portfólio de marcas icônicas como Band-Aid, Listerine, Tylenol, Neutrogena e Johnson’s Baby, a empresa nasce com base sólida e receita global próxima de US$ 15 bilhões.
O Brasil, nesse contexto, é peça-chave. “Ainda há muito espaço para avançarmos em penetração de categorias e ganho de participação de mercado”, afirma Wolff. E os números embasam o otimismo: hoje, 77% do portfólio da Kenvue no país está ganhando ou mantendo market share, contra apenas 20% há alguns anos.
A arte de operar no Brasil
Por trás do entusiasmo, há uma leitura pragmática do mercado brasileiro. “Explicar para um estrangeiro por que abrir um centro de distribuição em um estado faz mais sentido que em outro pode ser exaustivo. Só quem viveu a realidade do Brasil entende a fundo”, afirma o executivo. Isso não impede, no entanto, que o país siga como prioridade para grandes corporações globais, sobretudo no setor de consumo.
“É difícil imaginar uma empresa multinacional relevante que não tenha o Brasil entre suas apostas estratégicas”, conclui.
Visão de longo prazo
Enquanto outras empresas recuam ou esperam tempos melhores, a Kenvue acelera: aposta em inovação, expansão regional e aumento de capilaridade. Com um time local robusto e conhecedor das particularidades brasileiras, a companhia mira não apenas o crescimento, mas a liderança.
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