AFP
O laboratório farmacêutico americano Insys, acusado de subornar médicos para que receitassem mais opiáceos, declarou falência nesta segunda-feira para preparar a venda de todos os ativos do grupo no âmbito do escândalo.
Uma investigação do governo revelou um vasto sistema de subornos para aumentar as vendas de um spray fabricado pela empresa com fentanil, um analgésico cuja potência pode ser 50 a 100 vezes maior que a da morfina.
O laboratório pagava aos médicos para que prescrevessem o spray Subsys a pacientes que não precisavam, ou para que aumentassem as doses além dos limites impostos pela posologia.
O presidente da Insys explicou em um comunicado publicado nesta segunda-feira que a venda dos ativos da empresa sob a supervisão de um juiz é "a melhor solução para maximizar" seu valor e "tratar as questões jurídicas existentes de forma justa e transparente".
Além do acordo com o Departamento de Justiça americano, o laboratório Insys ainda deverá pagar milhões de dólares em custos judiciais.
No documento apresentado nesta segunda-feira perante o tribunal de falências de empresas de Delaware, o Insys avalia o valor de seus ativos entre 100 e 500 milhões de dólares.
O documento mostra que John Kapoor, seu fundador, possui 63% do capital. No início de maio, Kapoor foi considerado culpado de conspiração para cometer atos criminosos no caso dos subornos, bem como quatro outros executivos da empresa.
Um juiz federal em Boston deve sentenciá-lo em 18 de setembro.
A ação do Insys, listado na bolsa de valores eletrônica Nasdaq, estava em queda de 44,38% nesta segunda, a 72 centavos às 14h15 GMT.
Desde que o escândalo estourou, as ações que valiam US$ 13,38 no início de janeiro de 2018 perderam quase todo o seu valor.
Insys indicou que continuaria a pagar os salários de seus funcionários e seus fornecedores.
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