Em comunicado, a farmacêutica norte-americana atribuiu a sua decisão a uma “mudança do modelo de negócio”, seus produtos devem continuar a ser comercializados nestes mercados através de um acordo de representação com a Tecnofarma.
A partir de setembro, o laboratório norte - americano Eli Lilly deixará de operar no Chile, Argentina, Peru e América Central. A empresa confirmou oficialmente que fechará seus escritórios nestes mercados.
Os produtos, porém, continuarão entrando nesses destinos por meio de um acordo de representação com o grupo Tecnofarma, estrutura regional que assumirá sua marca a partir de agora. Na Argentina, a representação da farmacêutica foi adquirida pelo laboratório local Raffo, que também faz parte da Tecnofarma.
A Raffo, porém, não assumirá a continuidade de seus trabalhadores, o que significará a separação de seus 160 funcionários no país, entre equipes de marketing e vendas, administrativo, controle de qualidade e executivo .
Por meio de um comunicado, os EUA atribuíram sua decisão a uma "mudança no modelo de negócios", destacando que a medida "é fundamental para facilitar os esforços globais da Lilly para permitir o acesso a medicamentos inovadores a mais pessoas no mundo".
A saída tem atraído atenção especial na Argentina, onde uma prolongada crise econômica e as crescentes tensões geradas pela intervenção do Estado nas atividades produtivas têm causado a retirada de várias empresas nos últimos meses.
A saída da Lilly desse mercado era esperada depois que ela anunciou na semana passada sua decisão de não renovar o convênio com o Programa de Atenção Integral à Saúde (PAMI), por meio do qual fornecia insulina para aposentados. Em carta às autoridades da agência, ela argumentou que “o aumento progressivo dos custos de importação e comercialização, gerado pela inflação e desvalorização, não nos permite manter as condições atuais para que nossos produtos permaneçam no acordo”.
Os medicamentos da Eli Lilly geram um faturamento anual de US$ 25 milhões no país, segundo dados de mercado citados pela mídia local El Cronista. Isso inclui as marcas de insulina Humalog, Humulin, Basaglar, o medicamento para diabetes Glucagon, o tratamento para disfunção erétil Cialis, o antidepressivo Prozac e o medicamento para esquizofrenia Zyprexa.
43ª em faturamento no Brasil
No Brasil, a Eli Lilly perdeu sete posições nos últimos sete anos no ranking da IQVIA e, nos últimos 12 meses até maio, figurando na 43ª posição em faturamento. Em dezembro de 2018, a companhia informou que vai fechar sua única fábrica no Brasil, localizada em São Paulo (SP), responsável pela produção de medicamentos sólidos, como comprimidos e cápsulas. A unidade emprega hoje 100 funcionários. O fim das operações ocorrerá em até três anos.
O encerramento da unidade, segundo a empresa, deve-se à necessidade de “equilibrar a capacidade de produção da companhia com as necessidades de seu portfólio.”
As operações da unidade brasileira serão transferidas para Porto Rico, assim como as da Espanha.
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