Valor Econômico
Jornalista: Beth Koike
23/03/20 - A Dasa, maior rede de medicina diagnóstica do país, está fechando 287 de suas 737 unidades
Apesar da forte demanda por exames para detecção do novo coronavírus, os laboratórios de medicina diagnóstica também estão sendo afetados pela queda do movimento nas cidades e política de isolamento da população para evitar que a doença se alastre.
A Dasa, maior rede de medicina diagnóstica do país com 737 laboratórios, fecha a partir de hoje 287 unidades. Com isso permanecem em operação 450 laboratórios de várias bandeiras como Delboni, SalomãoZoppi, Lavoisier, Sergio Franco, entre outras.
Os funcionários das unidades fechadas entrarão em férias ou serão deslocados para os hospitais da rede Ímpar, que pertence ao mesmo grupo controlado pela família Bueno. A Ímpar é dona dos hospitais Santa Paula, Nove de Julho (SP), São Lucas e Complexo Hospitalar Niterói (RJ), Hospital e Maternidade Brasília (DF).
No laboratório Cura, da gestora Vinci Partners, o horário de atendimento foi reduzido.
Segundo Sami Foguel, presidente da Alliar, dona do laboratório CDB, a expectativa é que a covid-19 provoque reflexos mais negativos do que positivos, porque muitos outros tipos de exames, que muitas vezes são mais caros, estão sendo cancelados.
Atualmente, praticamente todo o setor de medicina diagnóstica trabalha em sua capacidade máxima para processar os exames para o novo coronavírus, mas ao mesmo tempo está com seu estoque de insumos para processar os testes próximo do limite. As empresas associadas à Abramed, associação dos laboratórios de medicina diagnóstica que representa 50% do setor, estão realizando 15 mil testes para covid-19 por dia.
A Abramed pediu à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a liberação imediata de reagentes para processar exames da covid-19. O setor sofre com baixo estoque desse insumo, que é importado dos Estados Unidos e Europa. Em média, o reagente fica nos portos e aeroportos para inspeção da Anvisa entre 5 a 15 dias.
“Hoje atendemos o mercado, mas como a demanda está muito alta e muda todos os dias, não sabemos como ficará nos próximos dias. Precisamos reduzir os prazos de liberação desses insumos”, disse Priscilla Franklim Martins, diretora executiva da Abramed.
A forte demanda provoca aumento no prazo de entrega de resultado dos exames. Há 15 dias era de 24 a 48 horas e agora oscila entre 48 a 72 horas. Óbitos pela doença têm sido registrados antes mesmo dos resultados saírem.
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