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Jornalista: Gustavo Brigatto
O formato de lojas superpopulares, que a Raia Drogasil começou a abrir em 2019, será um grande vetor de crescimento para a companhia no futuro, segundo Marcílio Pousada, presidente da empresa. “É uma extensão natural do modelo de lojas populares [que já soma mais de 400 unidades]. Gostamos muito dela”, disse o executivo, referindo-se a esse formato, durante teleconferência com analistas para falar sobre o balanço do quarto trimestre nesta quinta-feira, 20.
As lojas populares e superpopulares operam sob a bandeira Drogasil em bairros mais periféricos. Elas têm o mesmo formato de uma loja convencional em termos de metragem, mas têm uma oferta mais concentrada em medicamentos genéricos e os atendentes recebem treinamentos adicionais para fazer um atendimento mais próximo aos clientes.
De acordo com o executivo, hoje são entre 20 e 22 lojas superpopulares em funcionamento e a expectativa é abrir entre 10 e 15 ao longo de 2020.
Segundo Eugênio De Zagottis, diretor de planejamento corporativo e relações com investidores, o formato superpopular tem valor de venda mais baixo, por conta do perfil dos clientes (que compram muitos medicamentos genéricos), mas a margem bruta é maior e o retorno é parecido com o de lojas convencionais.
Segundo Pousada, a loja superpopular tem uma função importante de trazer cliente e fidelização para a rede, com um atendimento mais próximo do farmacêutico, para um cliente que é “mais carente” de atendimento de saúde.
“O olhar de marca própria é mais ambicioso do que só produtos mais acessíveis”, disse De Zagottis. De acordo com ele, a companhia tem investido muito no quesito de sustentabilidade para os produtos da linha própria, para atrair o público preocupado com esse tema. “Marca própria é lealdade [além de mais margem no produto]”, disse Pousada.
Segundo o executivo, a companhia passou de 30 milhões para 36,1 milhões de clientes ao longo de 2019. A avaliação é que essa escala, que vem de uma presença nacional, é uma vantagem para a companhia no momento em que o crescimento tende a vir da presença já estabelecida em vez de uma expansão mais acelerada em novas regiões — como aconteceu em anos anteriores.
Para De Zagottis, a competição está mais racional e tende a permanecer assim, mas se for necessário reduzir preços para garantir espaço, a Raia Drogasil está pronta para lançar mão desse expediente. Sem perder de vista, no entanto, a rentabilidade, já que o alvo é o ganho no longo prazo, não no trimestre. “A questão do preço não é só vender mais barato, mas fazer isso de forma inteligente”, disse Pousada, ao destacar os investimentos em sistemas de análise de dados e precificação que a companhia vem adotando desde 2018. A previsão é que o mercado tenha um aumento de preços de 4,6% em 2020.
Sobre as iniciativas da companhia no mundo digital — universo que representou 2,3% das vendas entre outubro e dezembro — De Zagottis disse que o crescimento das vendas tem ajudado e vai ajudar as lojas maduras a apresentarem crescimento acima da inflação (já que representam volume novo adicional).
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