Lupin vai trazer tecnologia para novos medicamentos

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Terceira maior farmacêutica indiana, a Lupin estabeleceu-se no Brasil há três anos com a compra da Medquímica e praticamente duplicou as vendas nesse período, com um portfólio concentrado principalmente em genéricos e similares. Agora, o foco está em acelerar a transferência de tecnologia para produzir medicamentos mais complexos no país e avançar em novos mercados, o que deve levar a operação brasileira a dobrar de tamanho novamente até o fim de 2023.

Tradicionalmente ativa no terreno das aquisições, a Lupin está aberta a oportunidades no mercado brasileiro, mas essa não é a prioridade no momento, de acordo com o presidente da operação local, Ricardo Lourenço. Em dez anos, a companhia indiana fechou nada menos que 15 compras globalmente. "Olhamos ativos potenciais em dermatologia, também localmente, mas é preciso que seja um portfólio diferenciado", diz o executivo.
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Ao mesmo tempo, a empresa acaba de chegar a um novo mercado no país, o de dermocosméticos de alta tecnologia, e caminha para tirar do papel o projeto de exportar genéricos - a farmacêutica indiana é a oitava no ranking mundial do setor - a partir da fábrica que opera em Juiz de Fora (MG). De acordo com Lourenço, a primeira venda ao exterior, um xarope, deve ser consumada nos próximos meses e depende apenas do registro do medicamento na autoridade sanitária do México.

A unidade fabril, que recebeu parte dos US$ 20 milhões investidos pela empresa no país nos últimos três anos, tem capacidade de produção de 8 milhões de unidades (caixas) por mês e já começou a ser preparada para produzir medicamentos mais complexos. "A Lupin já tem um pipeline rico. Estamos trabalhando para adequar os dossiês ao Brasil e capacitar a fábrica para a transferência de tecnologia", explica o executivo.

No segmento de dermocosméticos, a Lupin se associou à Labo Suisse para trazer ao país, inicialmente, dois produtos de alta tecnologia, um para suavizar sinais de envelhecimento e outro coadjuvante no tratamento da alopecia (queda de cabelo). Ambos já estão disponíveis para venda em grandes redes de farmácias. Numa segunda fase, serão oferecidos também os produtos complementares.
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"Os genéricos continuam como principal negócio da Lupin, mas o caminho agora é no sentido dos produtos mais complexos e especialidades", afirma o executivo. Hoje, no portfólio local, são 45 moléculas de genéricos e similares e 130 apresentações, e três marcas de medicamentos isentos de prescrição (OTC, na sigla em inglês).

Em cinco anos, o segmento de dermatologia deve representar 45% do negócio - em 12 meses até agosto, as vendas da Lupin no Brasil somaram R$ 157 milhões, já considerados os descontos concedidos, de acordo com dados da consultoria IQVIA (antiga Quintiles IMS). Globalmente, a companhia teve vendas de US$ 2,6 bilhões no ano fiscal de 2018, encerrado em março.

O fraco desempenho da economia doméstica e as incertezas quanto ao plano de governo do próximo presidente da República, que será escolhido no fim deste mês, não alteram a estratégia da farmacêutica indiana para o Brasil. "Por ter origem em um mercado emergente, a empresa já está acostumada a ciclos e entende as oscilações de mercado", afirma Lourenço.

Fonte Sindusfarma

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