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Fabrício Campolina, Presidente da J&J MedTech no Brasil, fala sobre como a inteligência artificial vai mudar o setor em escala global

 

Segundo projeções da Accenture, apenas no mercado de saúde americano a inteligência artificial pode proporcionar economia de US$ 150 bilhões ao ano até 2026 por meio de redução de variabilidade nas cirurgias, automação de processos administrativos e de linhas de cuidado, melhora no processo de diagnóstico e na redução de fraudes e incidentes de segurança. Esse valor representa 3% dos gastos com saúde nos Estados Unidos.

Fabrício Campolina, presidente da J&J MedTech no Brasil, reforça a importância desses números para dimensionar o impacto da IA no ecossistema. O executivo falou à Forbes Brasil sobre como a IA pode trazer mais eficiência e redução de custos. “Assumindo ganhos similares para o Brasil, podemos estimar uma economia anual de R$ 20 bilhões para o setor de saúde por meio de maior produtividade obtida pela aplicação de IA no setor nos próximos anos.”

 

Forbes Brasil – A área da saúde é uma das mais mencionadas como beneficiadas pela IA generativa. O quanto isso é fato?
Fabrício Campolina – O setor de saúde representa cerca de 10% do PIB mundial e é uma das áreas mais valorizadas por nossa sociedade. Além disso, existe uma demanda crescente por serviços de saúde bem acima da capacidade atual e que é agravada por todas as conhecidas ineficiências do segmento. Portanto, impulsionado pela relevância do setor e pela necessidade de ganho de produtividade, a área de saúde configura uma das maiores oportunidade de transformação pela IA generativa e, naturalmente, tem obtido grande foco.

 

FB – Pode nos dar uma dimensão desse impacto?
Campolina – Mais importante é o potencial da IA generativa para transformar os resultados dos pacientes. Embora ainda não possamos quantificar, os benefícios podem acelerar o processo de descoberta de novos medicamentos, ajudar os cirurgiões a analisarem os resultados dos procedimentos e capacitar os médicos a conversarem com seus pacientes sobre as melhores opções de tratamento disponíveis.

 

FB – No caso da J&J MedTech, o que já está em uso e em teste?
Campolina – Globalmente, estamos adotando ciência de dados para ajudar a fornecer um cuidado mais personalizado para pacientes e fornecer eficiência e precisão para médicos e cirurgiões para melhorar os resultados. Um dos principais casos de uso de inteligência artificial com nossos clientes no Brasil tem sido por meio da digitalização de linhas de cuidado cirúrgicas. Os resultados preliminares têm sido promissores. Em uma das linhas de cuidado digitalizadas observamos redução de 67% de complicações no momento pós cirúrgico, com 100% de engajamento dos pacientes à plataforma e um índice de satisfação de NPS de 83. Em outra solução inovadora, a digitalização possibilitou diagnóstico precoce de uma condição cardíaca em dezenas de pacientes que puderam iniciar seu cuidado no momento e da forma adequada.

 

FB – Pode dar outros exemplos de tecnologias que revolucionaram esse ecossistema?
Campolina – O uso de dispositivos de realidade virtual para entrada em ambiente de metaverso de centro cirúrgico tem transformado a educação profissional. Nosso J&J Institute tem desenvolvido diversos programas em parcerias com instituições acadêmicas para acelerar a curva de aprendizagem de jovens cirurgiões para procedimentos como cirurgia de joelho e quadril. Cirurgiões de diferentes partes do Brasil podem realizar o mesmo treinamento, na mesma sala cirúrgica, por meio do metaverso. Muito além da realidade virtual, o metaverso faz com que a pessoa acredite que aquilo que está vendo virtualmente é realidade e possa interagir com os demais profissionais de saúde no cenário realista. Isso permite que o cérebro assimile muito mais o conteúdo. Se a mente do cirurgião acredita que aquilo é real e ele repete aquele procedimento muitas e muitas vezes, ao seguir para o campo cirúrgico real, ele já sabe o que está fazendo.

 

FB – Quais outros impactos você monitora para os próximos anos nessa indústria?
Campolina – Acredito que a visão computacional com IA de borda aplicada à saúde será uma das tendências de destaque nos próximos anos, permitindo identificar e agir rapidamente em situações de queda de idosos e infarto e, ao mesmo tempo, revolucionar o monitoramento em UTIs, Home Care e no momento intra e pós-cirúrgico. Importante destacar que a visão computacional vai além de simplesmente capturar imagens por câmeras e inclui a capacidade de IA de ver objetos através de paredes por ondas de Wi-Fi, enxergar no escuro, ver a temperatura de objetos e monitorar sem contato os sinais vitais chave, como frequência cardíaca, frequência respiratória, pressão arterial, temperatura corporal da pele e saturação de oxigênio (SpO2) por meio de luz RGB e infravermelha.


Fonte: Forbes

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