Mariza Tavares: Vasos das mulheres envelhecem mais rapidamente

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Susan Cheng, cardiologista do Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles — Foto: Divulgação

G1 

Colunista: Mariza Tavares

18/02/20 - As pesquisas sobre a saúde humana sempre privilegiaram os homens, deixando as questões femininas em segundo plano. Felizmente, isso vem mudando, e um número cada vez maior de trabalhos joga luz sobre problemas específicos delas. O Cedars-Sinai Medical Center, em Los Angeles (EUA), apresentou estudo mostrando que os vasos sanguíneos das mulheres – tanto as artérias pequenas quanto as maiores – envelhecem mais rapidamente que os dos homens. Isso explicaria por que elas desenvolvem diferentes tipos de doenças cardiovasculares e num período de tempo também distinto.

A cardiologista Susan Cheng, coordenadora do trabalho, enfatiza que a pesquisa não só confirma que as mulheres têm biologia e fisiologia diferentes, mas são suscetíveis a desenvolver alguns tipos de enfermidades ao longo de sua vida. Sua equipe analisou dados de 145 mil medições de pressão que cobriam um período de 43 anos e abrangiam pessoas do sexo feminino entre 5 e 98 anos. A pressão arterial é fator crítico para a detecção de doença cardiovascular e o time da doutora Cheng buscou padrões sobre como e quando a pressão começa a subir. Em vez de comparar dados de homens com os de mulheres, os pesquisadores fizeram comparações entre mulheres e entre homens, separadamente.

Essa abordagem permitiu que identificassem a progressão das funções vasculares femininas. “Nossa análise mostrou que as taxas de elevação da pressão arterial são significativamente mais altas nas mulheres e isso começa mais cedo”, afirmou a médica. “Portanto, uma mulher de 30 anos que sofre de hipertensão provavelmente tem um risco maior de desenvolver doença cardiovascular que um homem da mesma idade”.

À pesquisa da doutora Cheng, publicada no meio de janeiro na revista científica “JAMA Cardiology”, vem se somar uma outra, divulgada no começo de fevereiro. Cientistas da Universidade de Pittsburgh confirmaram o aumento de risco cardíaco depois da menopausa, com base no mais amplo levantamento sobre saúde de mulheres de meia-idade realizado nos Estados Unidos. O perigo é ainda maior para as negras do que para as brancas. Esse estudo será publicado em março pela Associação Americana de Cardiologia.

Samar El Khoudary, professora de epidemiologia e principal autora do trabalho, explicou: “o período de meia-idade não é apenas aquele no qual as mulheres sofrem com os sintomas da menopausa. É também quando os riscos de doença cardiovascular aumentam e verificamos mudanças significativas em múltiplas medições de sua saúde física”. Na média, o índice de aumento do endurecimento das artérias – a chamada aterosclerose – cresce de 0.9% para 7.5% entre um ano antes da última menstruação e o fim das regras. Trata-se de uma aceleração de peso e, para a pesquisadora, as mudanças hormonais dessa fase desempenham um papel crucial no quadro. Portanto, temos um desafio extra pela frente, sendo necessário um zelo redobrado com a saúde.

(*) Mariza Tavares Jornalista, mestre em comunicação pela UFRJ e professora da PUC-RIO, ela escreve sobre como buscar uma maturidade prazerosa e cheia de vitalidade.

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