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Imagem de Victoria Regen por Pixabay

 

Essa enfermidade ocular atinge cerca de 25% dos bebês prematuros. Entenda quando ela ocorre, como é realizado o diagnóstico e como o tratamento é feito com essa medicação autorizada pela Anvisa

 

Por Amanda Oliveira | Revista Crescer

 

Quando as crianças apresentam problemas oculares, é natural que pais e médicos fiquem em alerta, especialmente no caso dos prematuros. A retinopatia da prematuridade é uma das preocupações dos especialistas, já que a doença pode levar à perda de visão, em casos mais graves. Ela é caracterizada pelo desenvolvimento anormal dos vasos sanguíneos da retina dos bebês e atinge cerca de 25% dos prematuros. Em abril deste ano, um novo tratamento contra essa enfermidade ocular foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa): o Aflibercepte, um medicamento desenvolvido pela farmacêutica Bayer, com acesso já disponível para recém-nascidos hospitalizados.

Os bebês prematuros, que chegaram ao mundo antes das 37 semanas de gestação, estão mais suscetíveis à retinopatia da prematuridade. Segundo Maria Rita Burlamaqui, médica oftalmologista da divisão farmacêutica da Bayer, esse quadro está associado à alteração dos níveis de oxigênio da retina decorrente do nascimento prematuro, o que pode levar a um desenvolvimento fora do comum dos vasos sanguíneos. Em casos mais críticos, pode ocorrer o descolamento da retina e hemorragia, devido à fragilidade e instabilidade desses vasos anômalos.

Embora não seja possível prevenir a retinopatia da prematuridade, é essencial que os prematuros passem por uma avaliação oftalmológica, especialmente aqueles que nasceram com menos de 32 semanas de gestação e que pesam menos de 1 quilo e 500 gramas. Bebês que tanham feito oxigenoterapia após o nascimento também devem ser avaliados por um especialista, pois esse procedimento é um fator de risco para o desenvolvimento da retinopatia. Isso porque esse tratamento pode afetar os níveis de oxigênio e contribuir para as alterações dos vasos sanguíneos da retina.

 

Como é feito o diagnóstico da retinopatia da prematuridade?

Para identificar a doença, as crianças precisam fazer um exame de fundo de olho para verificar as possíveis alterações na retina. É fundamental que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível, pois a retinopatia pode levar a uma perda significativa da visão e, inclusive, resultar em cegueira, caso não seja tratada de forma adequada.

 

Como é o tratarmento?

A retinopatia da prematuridade nem sempre requer tratamento. Em casos mais leves, ela pode ser apenas monitorada. No entanto, nos quadros mais graves, é preciso recorrer aos procedimentos disponíveis. São eles: laser aplicado na porção imatura da retina (fotocoagulação) e injeção de medicamento antiangiogênico (Aflibercepte). Ambos os tratamentos têm o objetivo de combater a formação de vasos anômalos na retina. No caso do laser, o bebê precisa ser sedado, enquanto na injeção intravítrea isso não é necessário, apenas anestesia local. Quanto à injeção, em geral, é realizada apenas uma aplicação, mas dependendo do quadro do paciente pode ser preciso repetir o tratamento.

 

"Novo" medicamento

Recém-aprovado para uso em pacientes pediátricos, o Aflibercepte já está no mercado há 10 anos, sendo utilizado na população de adultos e idosos para tratar a degeneração macular relacionada à idade e edema macular diabético. Recentemente, um ensaio clínico randomizado foi realizado com o objetivo de comparar os efeitos do Aflibercepte e da fotocoagulação a laser no sucesso do tratamento da retinopatia da prematuridade. De acordo com a oftalmologista Maria Rita Burlamaqui, o estudo publicado na revista científica Jama, em julho de 2022, demonstrou que o medicamento é seguro para o uso em prematuros sem nenhum sinal de alerta. Além disso, o tratamento pode ser iniciado logo após o nascimento do bebê, sem restrições de idade.

A especialista destacou, ainda, que a medicação já está disponível para os prematuros, mas a decisão de utilizá-lo cabe às instituições públicas e privadas. "A ideia é que estes pacientes tenham o diagnóstico o mais rápido possível e, uma vez que a doença seja diagnosticada, o tratamento deve ser prescrito e a legislação vigente garante a cobertura para pacientes hospitalizados, facilitando o acesso”, disse Maria Rita. “Esse tipo de tratamento agrega muito para os pacientes, que têm uma vida inteira para utilizar sua visão. Ter opções terapêuticas é muito importante, pois um paciente pode responder bem a uma droga e não a outra", finalizou a médica.

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