Crédito: AsiaVision/istock - Medicamentos amplamente prescritos podem trazer riscos para o cérebro
Estudo revela que medicamentos ansiolíticos podem levar a um comprometimento cognitivo
Catraca Livre
O uso de medicamentos para ansiedade tem disparado nos últimos anos, e agora um novo estudo feito no Reino Unido descobriu que esses remédios podem afetar as células do cérebro e representar riscos a longo prazo.
Especialistas da Organização Australiana de Ciência e Tecnologia Nuclear (ANTSO) disseram que o uso dessas drogas pode interferir nas espinhas dendríticas, que desempenham um papel fundamental nos neurônios e contribuem para a parte do cérebro que ativa as células.
Segundo um dos autores do estudo, o professor Richard Banati, o estudo é importante, pois mostra que o uso prolongado de medicamentos para ansiedade pode contribuir para uma aceleração da demência.
Banati explicou que estudo focou em estudar as células microgliais do cérebro. “São células pequenas e altamente móveis que fazem parte da matriz não neuronal na qual as células nervosas estão inseridas”, disse professor à Neurosciencenews.
“Esta matriz compõe uma parte substancial do cérebro e, na verdade, está influenciando diretamente o funcionamento das redes neurais.”
O experimento específico analisou de perto como o uso a longo prazo de drogas ansiolíticas, como o diazepam, pode alterar a complexa fiação do cérebro.
Crédito: Onimate/istok - Segundo pesquisadores, medicamentos ansiolíticos podem alterar as atividades das células microgliais do cérebro
O diazepam é usado para tratar ansiedade, abstinência de álcool e convulsões. Também alivia espasmos musculares e fornece sedação antes de procedimentos médicos, pois tem um efeito calmante no corpo.
Os pesquisadores perceberam que esse tipo de medicamento não ia diretamente para as sinapses e, em vez disso, ia para as células microgliais, alterando sua atividade e função.
“Se as conexões entre os neurônios são rompidas pela atividade das células microgliais, é quase como desconectar as conexões neurais, e isso explicaria como mudanças muito sutis podem levar a uma maior progressão da demência ou – mais especulativamente – causar fadiga severa”, explicou o professor Richard Banati.
Os pesquisadores acreditam que o conhecimento adquirido na pesquisa possa ajudar no desenvolvimento de medicamentos ansiolíticos sem efeitos cognitivos tão prejudiciais.
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